No mesmo dia, Netanyahu e Biden acusam Hamas de ataques sexuais
Só resta ao primeiro-ministro de Israel justificar a guerra que massacra civis
atualizado
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Benjamin Netanyahu sabe que perdeu a batalha pela opinião pública. Com a imagem manchada dentro e fora de Israel, vê sua popularidade derreter para a casa dos 15% de aprovação a depender da pesquisa. Não bastasse ser o culpado pelas falhas de segurança que levaram à invasão de Israel pelo Hamas, ainda viu ser retomado o julgamento por corrupção que pode acelerar o fim de seu governo decadente.
Resta ao primeiro-ministro de Israel seguir na entoada de justificar a guerra que tem massacrado crianças e mulheres em Gaza. Uma das estratégias do momento é cobrar de movimentos feministas o apoio às vitimas israelenses de abusos sexuais praticados pelo Hamas que ainda estão sendo investigados e os quais eles negam.
Segundo autoridades israelenses, o Hamas instruiu seu grupo a praticar violência sexual contra mulheres e crianças. “Esta foi uma violência sistemática baseada no gênero que foi tão horrível que é difícil encontrar as palavras”, disse Cochav Elkayam-Levy. Ele é presidente da recém-criada Comissão Civil sobre os Crimes de 7 de Outubro do Hamas Contra Mulheres e Crianças.
“Eu ouvi, e vocês também ouviram, sobre abuso sexual e incidentes de estupro brutal como ninguém”, reforçou Netanyahu. Ele pediu que “líderes civilizados, governos e nações se pronunciem contra esta atrocidade”. E ainda cobrou apoio de grupos que defendem as mulheres: “Eu digo às organizações de direitos das mulheres, às organizações de direitos humanos: vocês ouviram falar de estupro de mulheres israelenses, de atrocidades horríveis, de mutilação sexual – onde diabos vocês estão?”, disse o primeiro-ministro.
Na noite de terça-feira, outro a apontar para casos de violência sexual foi Joe Biden, presidente dos Estados Unidos. “Relatos de mulheres violadas – repetidamente violadas – e dos seus corpos mutilados enquanto ainda estavam vivos, de cadáveres de mulheres sendo profanados, de terroristas do Hamas infligindo tanta dor e sofrimento quanto possível a mulheres e depois assassinando-as. É terrível”, disse o presidente, segundo a NBC News.
Os investigadores israelense estão analisando cerca de 200 mil imagens do ataque de 7 de outubro, além de horas de depoimentos, e ainda não apresentaram suas conclusões.