Negacionista, governo usa Covid como razão de plano de saúde para a PF
No texto da medida provisória enviada ao Congresso, ministro da Justiça cita “emergência de saúde pública” no país como argumento
atualizado
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O ministro da Justiça, Anderson Torres, aparece com frequência em eventos aglomerados no Palácio do Planalto sem o uso da máscara (como na foto acima ao lado do ministro Fábio Faria). Ele ainda se posicionou contra exigir vacina de estrangeiros que chegam ao Brasil.
Mas o risco da contaminação pela Covid-19 é citada por ele – que é candidato nas eleições de 2022 – na justificativa da medida provisória enviada pelo governo ao Congresso Nacional que destina parte do Funapol – um fundo para atividades da Polícia Federal – para que os servidores da instituição tenham direito a um plano de saúde.
Torres lista a crise sanitária como uma das razões, mas, curioso, evita citar “Covid-19”. O ministro optou por “emergência de saúde pública de importância nacional” no texto.
“Considerando o agravamento das condições da saúde em todo território nacional, em decorrência da emergência de saúde pública de importância nacional, o investimento na saúde do servidor é medida que se impõe” – justificou Anderson Torres na MP.
O ministro da Justiça argumenta ainda, a favor dos servidores terem um plano de saúde, que os agentes da PF estão sujeitos a jornadas irregulares de trabalho – como plantões, escalas extras e até operações policiais -, trabalhar em feriados e finais de semana e disponibilidade integral para o trabalho e serviço presencial.
“Os policiais arriscam a vida diariamente na execução de suas atividades, se expondo ao risco de morte todos os dias. Não raro, há notícias veiculadas na imprensa sobre situações envolvendo policiais que são vítimas de lesões ou eventos fatais” – complementa o ministro, que é candidato nas eleições de 2022.