Na Índia, Lula terá encontros com ditador saudita e presidente francês
Presidente se queixa de dores; Itamaraty ainda tenta confirmar reunião com o presidente dos EUA, Joe Biden
atualizado
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O presidente Lula (PT) chega a Nova Delhi com menor importância do que gostaria. A cúpula do G20, grupo dos 20 países mais poderosos do mundo, estará pautada principalmente pela ausência do presidente chinês, Xi Jinping, e a guerra da Ucrânia. Esses motivos devem impedir que o grupo apresente uma declaração em conjunto ao final do encontro.
A delegação brasileira leva como mote três assuntos: desenvolvimento sustentável, combate à fome e desigualdade no mundo. Mas o foco será dividido com o desejo do presidente da República em liderar uma “nova governança mundial” e representar os países subdesenvolvidos.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se encontrará hoje (09/09) com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken. Os dois vão discutir as propostas de direitos trabalhistas que serão defendidas por Lula e Joe Biden na Assembleia da ONU, em novembro. Vieira também tenta fazer com que o presidente americano se encontre com o brasileiro já na Índia.
Até agora, Lula tem os seguintes encontros confirmados:
- presidente da República da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan;
- príncipe herdeiro e primeiro-ministro do Reino da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman;
- presidente da França, Emanuel Macron e;
- primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte.
Assim como fez na viagem à África, Lula teve que se esticar e fazer exercícios de alongamento no avião a caminho da Índia. O roteiro de exaustivas 26h até Nova Delhi é especialmente cruel a Lula, que se queixa de dores na perna desde o ano passado.
As dores são resultado de uma inflamação na articulação entre o osso do fêmur da perna direita e a bacia de Lula. A artrose na cabeça do osso deve ser retirada e uma prótese será inserida. O procedimento é considerado simples, mas deve tirar o petista de circulação por uma semana. Ele será submetido a uma cirurgia no final de setembro, quando voltar de agendas internacionais em Cuba e nos Estados Unidos.
“Desde o ano passado tenho um problema na cabeça do fêmur, desde o ano passado estou sendo instigado a fazer uma cirurgia no quadril. E eu não quis fazer, porque primeiro estava em campanha, não ia fazer. Depois eu ganhei e falei: ‘não posso parar agora e ir para o hospital, eu preciso governar esse país, recuperar tudo que destruíram. E agora [este ano], não posso parar enquanto não viajar”, relatou Lula a uma plateia de apoiadores em Luís Gomes (RN), em 1º de setembro.