Multas por crimes ambientais na Amazônia desabam 67% em 2024
Queda coincide com greve dos servidores ambientais; paralisação alcança 24 Estados e o DF
atualizado
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A aplicação de multas por crimes ambientais na Amazônia caiu 67,3% no primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento é do InfoAmazonia, que utilizou dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais). Segundo a análise, foram 1.543 autuações nos primeiros seis meses do ano, contra 4.723 até junho de 2023.
A queda coincide com a paralisação dos servidores ambientais do Ibama, do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), do SFB (Serviço Florestal Brasileiro) e do Ministério do Meio Ambiente. Os servidores estão de braços cruzados desde janeiro e neste mês foram registradas paralisações em 24 Estados e no Distrito Federal.
Os dados ficam ainda mais aterradores se comparados com as aplicações de multa durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), quando houve uma devassa na área ambiental do Brasil. Durante os quatro anos de Bolsonaro no poder, a média de multas aplicadas ficou em 1.859, sendo o pior ano 2021, com 1.840.
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) chegou a proibir a greve, obrigando os servidores ambientais a voltar ao trabalho. A Corte determinou o cumprimento de 100% do serviço em diversas atividades, como licenciamento ambiental, gestão das unidades de conservação, resgate e reabilitação da fauna, controle e prevenção de incêndios florestais e emergências ambientais.
No entanto, servidores continuam com os braços cruzados. O governo diz que a restruturação das carreiras e o aumento de 40% em salários, pedida pelos grevistas, é inviável, o que faria a gestão Lula (PT) ter um déficit desmedido.