Múcio e Tomás Paiva ficam de sobreaviso para barrar golpistas
Lula disse que não vai mais tolerar golpistas no Exército; mudanças podem ocorrer nas outras forças
atualizado
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A reunião que resultou no veto ao coronel Jean Lawand Junior para a Representação Diplomática do Brasil nos Estados Unidos teve diversos recados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O principal deles é que o petista não permitirá mais a presença de golpistas em posições de comando nas Forças Armadas.
Lula ordenou ao ministro da Defesa, José Múcio, e ao comandante do Exército, general Tomás Paiva, que façam uma avaliação minuciosa entre os militares para identificar aqueles que possam estar envolvidos em planos golpistas de aliados de Bolsonaro. Os três se reuniram nesta sexta-feira (16/6) no Palácio da Alvorada, em Brasília.
O ponto central da discussão foi o coronel Jean Lawand Junior, cujos diálogos foram divulgados hoje pela revista Veja. Nas mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, Lawand pede ao ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro que convença o então presidente a promover um golpe no Brasil: “Convença o 01 a salvar esse país […]. Ele dê a ordem, o povo está com ele, cara”.
Lawand estava prestes a ser promovido para o cargo em Washington, nos EUA. Lula ordenou que a promoção fosse bloqueada e instruiu Múcio a analisar os militares que são próximos a Bolsonaro tanto na Marinha quanto na Aeronáutica.
Apesar de não planejar grandes mudanças nas Forças Armadas no momento, Lula deixou claro que todos os conspiradores devem ser impedidos de ocupar cargos de comando.
Em 25 de maio, o presidente fez 10 mudanças no comando das FAs. Foram cinco exonerações e outras cinco substituições “por necessidade do serviço”.
Já foram três minirreformas militares. Antes, em 11 de abril, o presidente exonerou o comandante do Planalto suspeito de envolvimento no ato golpista de 8 de janeiro.