Movimento que apoiou Lula quer cota para negros no primeiro escalão
Entidades propõem a Lula que seus ministros preencham as melhores vagas, de DAS 6, com 30% de afrodescendentes até junho
atualizado
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Movimentos sociais que apoiaram a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva fizeram chegar ao presidente eleito que dê mais atenção aos afrodescentes, mulheres e indígenas na escolha dos cargos do primeiro escalão de seu ministério.
No caso dos negros, a Educafro e outros grupos defendem que seja destinada a cota de 30% aos afrodescentes nos cargos de primeiro escalão de todas as pastas. São os chamados DAS 6, cargos de natureza especial, que representam os maiores salários na administração, em torno de R$ 18 mil.
“Depois de uma longa reunião com lideranças da comunidade afro-brasileira, concluímos que, por sermos 56,2% do Brasil, queremos discutir a nossa presença nos DAs 6 (mais alto nível do primeiro escalão do governo federal). Entre os homens negras, hoje ocupamos apenas 14% desses cargos. E apenas 3% das mulheres negras estão nesses postos” – diz nota da Educafro.
Frei David, coordenador da Educafro, não apenas apoiou Lula como levou um grupo de católicos franciscanos ao seu encontro, durante o segundo turno.
A proposta é criar um plano de metas de inclusão, com percentuais gradativos de nomeação de negros e negras no primeiro escalão. Cada ministro deve ter 10% de afro-brasileiros no início da gestão, em janeiro e com o tempo. Em fevereiro passaria para 20% e, até o sexto mês (junho) atingir os 30% dos cargos mais altos da pasta.
“O voto da mulher negra é do homem negro foram decisivos para a eleição da frente democrática. Todos os partidos desta frente correm o perigo de repetirem o período do colonialismo e só apresentarem ao Lula nomes de homem e branco”.