Depois de uma série de entrevistas em junho e no início deste mês, o presidente Lula (PT) deve pedir para ministros selecionados que intensifiquem críticas a Roberto Campos Neto e sua gestão à frente do Banco Central (BC) do Brasil.

Ministros como Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Carlos Fávaro (Agricultura) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) devem reforçar o petista nas falas contra os juros altos. Esse último destacou o tema ontem (04/07), em inauguração de um complexo eólico na Bahia. “O mais importante para a gente impulsionar o crescimento nacional é a queda de juros. Disso, nós não podemos admitir. Um país que tenha 6,5% de juros real”, afirmou o ministro. 

Quem ficará de fora é Fernando Haddad. A avaliação é que falas dele, assim como as de Lula, podem influenciar fortemente o mercado, para bem ou para mal. Por isso, o ministro da Fazenda será preservado.

Na quarta-feira (03/07), o dólar voltou a cair depois que o presidente Lula mudou o discurso sobre responsabilidade fiscal. Em evento de lançamento do Plano Safra, no Palácio do Planalto, o petista disse que a responsabilidade fiscal é um compromisso de seu governo e que o país jamais será irresponsável nessa área. 

Haddad também deu declarações que animaram o mercado, afirmando que o governo vai cortar até R$ 25,9 bilhões em despesas de benefícios sociais. O contingenciamento é uma das bandeiras levantadas pelo mercado financeiro.