Ministro divulga agraciados com “prêmio qualquer” criado por Bolsonaro
Silvio Almeida reagiu às críticas de Eduardo Bolsonaro e disse que não cria prêmio para homenagear Lula
atualizado
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Ainda durante a presença do ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania) em audiência na Comissão de Segurança da Câmara, seu ministério fez questão de divulgar a lista de autoridades agraciadas com a agora extinta “Ordem do Mérito Princesa Isabel”, criada no final do governo Bolsonaro.
O prêmio foi instituído pelo ex-presidente no apagar das luzes de seu governo, em dezembro do ano passado. E foi anunciado como um reconhecimento a pessoas e entidades de notórios serviços prestados no campo dos direitos humanos.
Na relação dos 120 agraciados com a medalha a imensa maioria dos nomes é de bolsonaristas. Além da concessão do prêmio a ele mesmo – Bolsonaro – e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Silvio Almeida revogou o prêmio Princesa Isabel e substituiu a honraria pelo prêmio Luiz Gama, uma referência na luta pela libertação dos escravos . Era negro e filho de escrava.
Na audiência de ontem, o ministro foi provocado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que o questionou que a mudança do prêmio não era um ato de “impessoalidade”. Almeida reagiu e respondeu ao filho de Bolsonaro com o argumento de que impessoalidade é criar um prêmio para homenagear só seus aliados.
“Enquanto eu for ministro, o prêmio Luiz Gama não será concedido ao presidente Lula e nem a mim” – respondeu o ministro.
Logo depois, o ministério divulgou a lista dos agraciados por Bolsonaro: “ao contrário do que pode parecer, o que nós fizemos, diante da falta de critério do prêmio e das dúvidas que tínhamos em relação a esse prêmio, nós prestamos um grande serviço à memória da Princesa Isabel, porque ela não merecia ter o seu nome vinculado a um prêmio qualquer”.
Entre os agraciados por Bolsonaro, tem cinco de seus ex-ministros, diversos secretários nacionais, pessoal de segundo escalão, deputados aliados de seu governo e religiosos e entidades que o o apoiaram.
Entre os ministros agraciados está Anderson Torres (Justiça), que está preso e acusado de omissão e conivência com os atos de 8 de janeiro.