Mesmo pressionado, Lira resiste em prorrogar CPI do MST
Presidente da Câmara se incomoda com exposição negativa da comissão; quer evitar novos episódios de bate-boca
atualizado
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Desde que o presidente da CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), anunciou que pediria a prorrogação dos trabalhos da comissão, setores ligados ao agro começaram a pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Querem mais diligências, a recomposição dos deputados excluídos e mais “prestígio” à oposição.
Lira já havia classificado, a interlocutores, a CPI do MST como um “show de horrores”, com episódios recorrentes de bate-bocas entre os integrantes. O presidente da Câmara se incomoda com a exposição negativa do colegiado, tanto na imprensa como nas redes sociais.
O presidente da Câmara se irritou especialmente no início deste mês (01/08), quando deputados do PL e do Republicanos comeram melancia em provocação ao general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI de Lula (PT), que prestava depoimento. Na mesma semana (03/08), a gota d’água: o presidente da CPI, Zucco, perguntou à deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) se ela queria “um calmante ou um hambúrguer para se acalmar” durante o depoimento de José Rainha, líder da Frente Nacional de Lutas (FNL).
A prorrogação ainda é incerta, mas Lira deve ceder já que a Frente Parlamentar do Agropecuária, fiadora da CPI do MST, representa 324 deputados. Há também a expectativa do relator Ricardo Salles (PL-SP) apresentar o relatório final da comissão até o fim da próxima semana. Ele tem outros problemas para se preocupar.