Mesmo com pressão, joias não serão analisadas na CPMI do 8 de Janeiro
Arthur Maia é contra incluir investigação sobre desvios de Jair Bolsonaro; colegiado não deve ser prorrogado
atualizado
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Os supostos trambiques de Jair Bolsonaro (PL) com a joias sauditas vendidas e recompradas nos Estados Unidos não serão investigados pela CPMI do 8 de Janeiro. Falta fundamentação que confirme a ligação entre as negociações e o ato golpista que destruiu a praça dos Três Poderes, há 7 meses.
O presidente do colegiado, Arthur Maia (União Brasil-BA) já avisou que é contra a inclusão do caso. Ele não vê nenhuma relação entre as joias e suposto financiamento da insurgência bolsonarista.
O deputado também teme que a CPMI se perca entre os inúmeros objetos de investigação. A comissão tem hora para acabar: são pelo menos mais três meses e meio de trabalhos até que a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) entregue o relatório final. Uma prorrogação, por ora, está descartada.
Governistas pressionam. Deputados vão apresentar requerimentos e esperam votar já na próxima terça-feira (15/08) para investigar Bolsonaro sobre o contrabando. O deputado Duarte Júnior (PSB-MA) já se adiantou e pediu para a CPMI convocar o advogado Frederick Wassef e o general Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid. Já Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) pediram a retenção dos passaportes de Michelle e Jair Bolsonaro (PL).
A maioria, de oposição, também tende à rejeição de qualquer requerimento que envolva às joias sauditas desviadas.
A solução é criar (mais uma) CPI. O deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) diz já ter o apoio de 108 congressistas para a CPI da Joias, que precisa de apenas 63 para ser instalada.