MDB se colocou contra ida de Nunes à manifestação de Bolsonaro
Prefeito de São Paulo disse que “deve ir” ao ato marcado para 25 de fevereiro na Avenida Paulista
atualizado
Compartilhar notícia
A confirmação da presença do prefeito Ricardo Nunes (MDB) ao evento bolsonarista na Avenida Paulista, no próximo 25 de fevereiro, foi à revelia de uma ala mais “conservadora” do MDB. Esse grupo, encabeçado pelo ex-presidente Michel Temer, é contra o comparecimento de Nunes à manifestação.
Em entrevista coletiva na sexta-feira (16/02), Ricardo Nunes disse que Jair Bolsonaro (PL) “deve apoiá-lo” na disputa pela reeleição em São Paulo e por isso “é preciso ser solidário e parceiro”. O prefeito da capital paulista ainda disse ter “gratidão” ao ex-presidente.
Essa “gratidão” é que não caiu bem no MDB paulista. A avaliação é que o ainda prefeito de São Paulo nada tem a agradecer a Jair Bolsonaro. Ao contrário de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi apadrinhado pelo ex-presidente em 2022, Nunes só se tornou prefeito após a morte de Bruno Covas, em 2021.
No entorno do prefeito, há a percepção que o apoio do bolsonarismo não é determinante para a vitória em São Paulo. Esse grupo acredita que num eventual segundo turno contra Guilherme Boulos (PSol), a resistência ao nome do líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) será o fiel da balança.
Há também o temor que o ato comece a ter um teor golpista e gritos contra os ministros do Supremo Tribunal Federal sejam entoados pelo público. Bolsonaro convocou a manifestação na Avenida Paulista depois de ser alvo da operação Tempus Veritatis. Em vídeo postado nas redes sociais, o ex-presidente disse que será um ato “em defesa do Estado democrático de direito” e pediu aos apoiadores que não levem faixas ou cartazes “contra quem quer que seja”.
A estratégia de Bolsonaro é fazer com que o ato público não pareça em nada com a insurgência de 8 de Janeiro. Por isso, todo cuidado é pouco.