MDB reavalia palanque de Ricardo Nunes com a presença de Bolsonaro
Indiciamento soma resistência de parte da sigla com o ex-presidente da República
atualizado
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O apoio de Jair Bolsonaro (PL) na eleição para a prefeitura de São Paulo é considerado problemático por parte do MDB paulista. O atual prefeito Ricardo Nunes conta com o apoio e a indicação de Bolsonaro para o seu vice, mas mesmo ele não está seguro com a presença do ex-presidente em seu palanque, segundo deputados do MDB.
O segundo indiciamento de Bolsonaro, relacionado ao caso das joias, prejudicou a campanha de Nunes. A equipe do atual prefeito já sabe que Guilherme Boulos (PSol), principal concorrente, vai explorar o tema em sua campanha.
Espera-se ainda um terceiro indiciamento, sobre a tentativa de golpe de Estado e participação nos eventos de 8 de Janeiro. A Polícia Federal (PF) deve concluir esse inquérito até agosto.
A avaliação no MDB, por ora, é que não há estratégia para defender o ex-presidente além de afirmar que ele foi indiciado, mas não denunciado nem condenado. Discutir o mérito dos indiciamentos não está em questão.
Segundo a última pesquisa do Datafolha, cerca de 56% dos eleitores admitiram que mudariam o voto para prefeito se o candidato fosse apoiado por um político rejeitado por eles. Desses, 65% disseram que não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado por Jair Bolsonaro.
Na pesquisa geral, Nunes aparece empatado na margem de erro com Guilherme Boulos, com 24%, contra 23% do psolista. Eis os resultados completos:
- Ricardo Nunes: 24%;
- Guilherme Boulos 23%;
- Datena (PSDB): 11%;
- Pablo Marçal (PRTB): 10%;
- Tabata Amaral (PSB): 7%;
- Marina Helena (Novo): 5%;
- Kim Kataguiri (União Brasil): 3%;
- Altino (PSTU): 1%;
- Ricardo Senese (UP): 1%;
- João Pimenta (PCO): 1%;
- Fernando Fantauzzi (DC): 1%;
- Em branco/nulo/nenhum: 10%;
- Não sabem: 3%.
A pesquisa entrevistou 1.092 eleitores de 16 anos ou mais presencialmente em São Paulo nos dias 2, 3 e 4 de julho. A margem de erros é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pela Folha de S.Paulo e foi registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-001178/2024.