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Manutenção da prisão de Chiquinho Brazão expõe limites do bolsonarismo

Teto de 129 votos deve ser o máximo que bolsonaristas conseguirão em pautas contra o STF

atualizado

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Hugo Barreto/Metropóles @hugobarretophoto
Câmara dos Deputados tem sessão em homenagem à memória de Marielle Franco e Anderson Gomes (3)-compressed
1 de 1 Câmara dos Deputados tem sessão em homenagem à memória de Marielle Franco e Anderson Gomes (3)-compressed - Foto: Hugo Barreto/Metropóles @hugobarretophoto

Com a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), a Câmara dos Deputados expôs o quanto o bolsonarismo é capaz de mobilizar sua base para desafiar, ou tentar desafiar, o Supremo Tribunal Federal. A votação foi considerada apertada, mas o acusado de ser um dos mandantes da morte de Marielle Franco (PSol) continuará preso preventivamente.

O bolsonarismo raiz votou em peso pela libertação de Brazão —apenas sete deputados do PL votaram pela manutenção do cárcere: Antonio Carlos Rodrigues (SP), Delegado Caveira (PA), Junior Lourenço (MA), Roberto Monteiro Pai (RJ), Robinson Faria (RN), Rosana Valle (SP) e Silvia Cristina (RO). Outros cinco integrantes da sigla se abstiveram. 

Já o Centrão se dividiu. Republicanos (com 20 votos sim e 8 não), MDB (32 votos sim e 6 não) e União Brasil (16 votos sim e 22 não) liberaram bancadas e tiveram posição fragmentada.

Foram 129 deputados a favor da liberdade do suspeito de ser mandante da morte de Marielle. Esse 129 deverão ser os que votarão pela pauta anti-STF que perdura na Câmara. Está engavetada na mesa de Arthur Lira (PP-AL) a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita as decisões monocráticas dos ministros da Corte. Se for colocada à votação, o texto certamente representará uma derrota retumbante para a turma de Jair Bolsonaro (PL).

O Centrão, e muito menos Arthur Lira, não deve comprar briga com o Supremo. A percepção geral é que a Corte possui atualmente um grande poder, a ponto de autorizar a prisão de deputados federais mesmo sem flagrante, como ocorreu no caso de Chiquinho Brazão.

A aceitação, pela Câmara dos Deputados, da interpretação dada pelo ministro Alexandre de Moraes ao caso Marielle, independentemente da avaliação sobre a justiça da prisão, sinaliza uma postura de concordância com as decisões do STF.

Resta saber agora, como o STF vai modelar esse capital político conquistado com a sanção da Câmara. Tudo leva a crer, segundo fontes na Procuradoria-Geral da República, que novas operações contra deputados envolvidos com o 8 de Janeiro devem acontecer antes do segundo semestre.

A prisão de Brazão praticamente autorizou mandos e desmandos contra deputados federais, sendo justo ou não.

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