Os líderes da Câmara dos Deputados reúnem-se hoje (11/06) para decidir o rito de votações desta semana na casa. O presidente Arthur Lira (PP-AL) sinalizou que quer colocar para o jogo dois projetos no mínimo polêmicos: o PL (Projeto de Lei) que limita as delações premiadas e pune quem divulga conteúdo de depoimentos policiais, e o projeto que equipara ao crime de homicídio a realização de aborto após a 22ª semana de gestação.

Na segunda-feira (10/06), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o governo será contra os dois PLs, já que ambos estimulam “violência política” e “beligerância”.

“Achamos que qualquer projeto de lei que alimente esse clima de intolerância, de beligerância, não deveria estar no centro das pautas neste momento […]. O líder [José] Guimarães vai reforçar essa fala junto ao conjunto dos líderes e ao presidente da Câmara.” – Alexandre Padilha.

Mas há outro motivo mais pragmático de o governo já se colocar contra aos dois textos. O presidente Lula (PT) teme que os temas contaminem as campanhas para as prefeituras de 2024. 

Com o PT tendo a ousada meta de eleger 300 prefeitos neste ano, ficaria muito difícil se o partido tiver que dividir esforços para vencer batalhas já perdidas em um Congresso Nacional cada vez mais à direita.

Caso os temas sejam de fato colocados à votação, o governo já considera que a derrota é o cenário mais natural.