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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por <strong>Ricardo Noblat</strong> e equipe

Blog do Noblat

10 10 2024

Charge do Aroeira

<p>Neste momento, quem é o gênio da política em São Paulo? Respostas dos leitores:<br />
Pablo Marçal &#8211; 45%<br />
Tarcísio de Freitas &#8211;<strong> 55%</strong></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
</p>

Montagem- Tarcísio de Freitas e Pablo Marçal- Metrópoles

tarcísio marçal

O gênio, quem é?

<p><em>&#8220;Houve agora uma licitação, venceram os judeus. Mas, por questões ideológicas, não pudemos aprovar”</em>. (<strong>José Múcio Monteiro</strong>, ministro da Defesa, sobre a decisão do governo de travar a venda a Israel, país em guerra contra o Hamas, de maquinário de até R$ 1 bilhão)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-frases-do-dia-quadrado-1"></div></div>
</p>

Imagem colorida do Ministro José Múcio, no TSE

Imagem colorida do Ministro José Múcio

Frase do dia

Vinícius Nunes

<p><span style="font-weight: 400;">O presidente <a href="https://www.metropoles.com/tag/lula">Lula</a> (PT) quer tirar o atraso depois de ficar por duas semanas isolado no Palácio da Alvorada. De segunda-feira (16/10) pra cá, já se encontrou com os ministros <a href="https://www.metropoles.com/tag/rui-costa">Rui Costa</a> (Casa Civil), <a href="https://www.metropoles.com/tag/fernando-haddad">Fernando Haddad</a> (Fazenda), <a href="https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/saiba-quem-e-mauro-vieira-ministro-das-relacoes-exteriores-de-lula">Mauro Vieira</a> (Relações Exteriores) e <a href="https://www.metropoles.com/tag/camilo-santana">Camilo Santana</a> (Educação).</span></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p><span style="font-weight: 400;">Neste mesmo tempo, combinou com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de enviar o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, para conversar sobre as eleições em 2024 no país.</span></p>
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<p><span style="font-weight: 400;">Lula também telefonou para o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel; o presidente do Irã, Ebrahim Raisi; e com o presidente da Turquia, Recep Erdogan. O assunto, logicamente, foi a guerra entre Israel e o Hamas.</span></p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p><span style="font-weight: 400;">A expectativa é que Lula se encontre com o ministro das Relações Institucionais, <a href="https://www.metropoles.com/tag/alexandre-padilha">Alexandre Padilha</a>, para discutir a não votação do PL das offshores pela Câmara. O presidente da casa, <a href="https://www.metropoles.com/tag/arthur-lira">Arthur Lira</a> (PP-AL), travou a pauta por pressão ao governo federal. Quer os cargos prometidos na Caixa e na Funasa.</span></p>
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<p>Ricardo Stuckert/Reprodução</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div>
</p>

lula ligação presidente israel

Lula conversa com presidentes do Irã e Turquia sobre situação em Gaza

Lula envia Celso Amorim para reunião entre Venezuela e EUA

Lula conversa por telefone com Maduro sobre eleições na Venezuela

Padilha diz que foco de Lula está nas “tragédias” de RS, SC e AM

Lula quer tirar o atraso com reuniões com ministros 

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noblat

Presidente já telefonou a Maduro e se reuniu com ministros; mais reuniões são esperadas nessa semana 

Lula quer tirar o atraso com reuniões com ministros  | Metrópoles

Da Redação

<p>Há quem diga que a política enlouqueceu, ou que a democracia respira por aparelhos. Porém, verdade seja dita, ao se apurarem as urnas do primeiro turno municipal, o que se encontrou ali (mais uma vez) foi o reflexo cristalino da vontade realista dos cidadãos. Se existe um ser vivo que tenha mentalidade prática neste planeta, esse ser se chama ‘eleitor’.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Prova disso são as eleições para prefeito, porque é no município que a vida se materializa todo dia. A pessoa sai de casa para votar no político que mostrou possibilidade de entregar algum benefício palpável para o dia a dia (um posto de saúde, uma creche, uma linha de ônibus). É por isso que trocar um voto por uma camiseta nem sempre é pura ignorância do eleitor, se o outro candidato não demonstrar perspectiva concreta de se obter algo que melhore a vida real.</p>
<p>Não surpreende se o eleitor médio não sentir falta, nas campanhas deste ano, dos líderes nacionais dos dois polos antagônicos da política brasileira. Candidato a prefeito que apostou tudo nessa polarização perdeu tempo e voto. O eleitor é pragmático, capaz de distinguir que o estresse ideológico desvia sua atenção da necessidade diária de serviços públicos básicos.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Por outro lado (da mesma moeda), se a opinião pública já andava atordoada com a ascensão de Trump, Bolsonaro e Milei, o que dizer de um coach de internet que, ao transformar a eleição em um ‘stand up comedy’, por pouco não tomou posse do maior orçamento municipal da América Latina?</p>
<p>Giuliano Da Empoli (Os Engenheiros do Caos, 2019), já abordou a influência das fake news sobre as eleições, turbinadas na internet pela Inteligência Artificial. Segundo o autor, aquele espírito de vale-tudo satírico, típico de carnavais de rua, deixou a crítica festiva ocasional para se espalhar no cotidiano social por meio das redes digitais, ocupando posição dominante na política atual, mesmo trafegando numa zona cinzenta entre a diversão jocosa e a contestação fútil.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Nesse sentido, numa corrida por likes, muitos candidatos em 2024 trocaram de vez a argumentação política por um besteirol ilusório disparado pelos celulares. Uns poucos concorrentes ainda tentam juntar algum linguajar gerencial (supostamente ‘apolítico’) às promessas de obras e serviços. Raríssimos deles ainda gastaram tempo apresentando propostas de políticas públicas estruturantes ou transformadoras de verdade.</p>
<p>Contudo, vale separar (ou seria juntar?) essas questões. Ou seja, cabe reconhecer que esse fenômeno de precarização da linguagem e da mensagem via redes digitais, no fim das contas, acaba expressando aquele pragmatismo do eleitor. Ao ‘curtir’ e votar em candidatos que beiram o ridículo e o grotesco, o cidadão está sim fazendo Política, protestando, declarando sua insatisfação com insuficiência dos resultados que tem recebido do Estado, seja qual for o time governante. O que acaba acontecendo é uma espécie de anarquismo digital, somado a um cardápio de costumes conservadores, que contagia eleitores da direita ou da esquerda.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Em um cenário assim, portanto, não se pode atribuir somente à fragilidade do discernimento político do eleitor (tampouco, simplesmente, ao poder da IA), as escolhas ‘ruins’ que se faça – seja por um candidato tradicional ou um influencer mais caricatural.</p>
<p>Sendo assim, fica combinado que o eleitor não é portador de nenhuma insanidade coletiva, por mais terminal que pareça o caso do seu candidato. O problema está, novamente, nas capacidades que o escolhido reúne de corresponder à expectativa que criou, ainda que tenha utilizado algoritmos de última geração.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>Felipe Sampaio: cofundador do Centro Soberania e Clima; foi secretário-executivo de segurança urbana do Recife; dirigiu o sistema de estatísticas no ministério da Justiça; chefiou a assessoria do ministro da Defesa; membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública; ocupa a chefia de gabinete da secretaria-executiva no Ministério da Microempresa.</p>
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Santinhos espalhados por rua do DF durante votação nas Eleições 2022

santinhos (2)

As eleições, entre o divã e a UTI (Por Felipe Sampaio)

estoriasminimasjr

estórias mínimas (por José Rezende Jr.)

<p>Há mais ou menos um mês, os jornalistas em Brasília se depararam com o que seria uma nova operação da Polícia Federal. As informações que circulavam nos bastidores da capital apontavam a existência de uma operação de envergadura. O codinome? Operação Gutenberg. O alvo da PF? Jornalistas.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>Há duas semanas, a boataria se tornou mais forte. A ponto de ministros receberem visitas de repórteres especiais e diretores de redação para saber se a história tinha algum tipo de fundamento. Deixaram os gabinetes que visitaram com a pulga atrás da orelha. Um dono de revista chegou a ligar para um ministro, dizendo que estava disposto a dar o troco ao governo.</p>
<p>Entre os boatos e as histórias estranhas que surgiram, estavam desde a escuta telefônica de jornalistas até ameaças de flagrantes&#8230; Tudo estranho!</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Nada se confirmou desde então. Mas o fato é que gente de dentro da PF alertou os &#8220;coleguinhas&#8221;. Por causa da eleição municipal, tudo ficou em suspenso. Inclusive as desconfianças. A PF nega, oficialmente, a existência da operação. E o Ministério da Justiça, idem.</p>
<p>Mas o fato é que há uma investigação em curso, tocada pelo Ministério Público Federal, que esbarra na imprensa. É a que trata das ligações do Comendador Arcanjo com políticos em Mato Grosso.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Segundo uma fonte da Polícia Federal, entre uma batida policial e outra, há alguns meses, agentes localizaram, no meio das coisas do comendador, uma reportagem &#8220;inédita&#8221;. A matéria, feita por um veículo de grande circulação, jamais foi publicada. Esmiuçava uma suposta ligação entre o ex-governador Dante de Oliveira e Arcanjo.</p>
<p>A matéria teria sido comprada por Arcanjo diretamente da fonte que a produziu. Isso não significa que o autor – um jornalista sério e isento – a teria vendido. Mas o fato é que Arcanjo a obteve e conseguiu, além de sair ileso, &#8220;apagar a memória&#8221;. Isso resultou em assassinato.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>Entre as fontes que teriam sido apontadas nas anotações que estavam com a &#8220;reportagem&#8221;, havia o nome de um jornalista. O diretor de um jornal de Mato Grosso que foi assassinado, suspeita a PF e um procurador da República, a mando do comendador.</p>
<p>Detalhe. A &#8220;reportagem inédita&#8221; foi concluída bem antes da morte deste jornalista. Ou seja, a &#8220;venda&#8221; da matéria a Arcanjo resultou na morte do jornalista.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>É isso que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal estariam investigando. E, por causa disso, esbarrando em repórteres, diretores e até proprietários de veículos de comunicação.</p>
<p>&nbsp;</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p>(Publicado aqui em 10 de outubro de 2004)</p>
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Operação da Polícia Federal em Tocantins

Jornalistas na mira da Polícia Federal 

<p>Seria impossível o PT se recuperar de uma hora para a outra. Há quatro anos, o partido estava ao rés-do-chão porque seu  líder incontestável ainda carregava o trauma de ter ficado 580 dias preso em Curitiba, e seguia condenado. Sua condenação só foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal em abril de 2021, meses depois das eleições municipais do ano anterior.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>Lula candidatou-se à presidência da República derrotando Bolsonaro, o único presidente no exercício do cargo que não se reelegeu. Foi a eleição mais dramática a que o país assistiu. Nunca houve nada parecido. Bolsonaro a perdeu, muito mais do que Lula a ganhou. Mas o PT elegeu a segunda maior bancada de deputados federais – nada mal para ele, convenhamos.</p>
<p>Dizem que Lula colherá sua pior derrota se Guilherme Boulos (PSOL) não se eleger prefeito de São Paulo. Deve-se à importância de São Paulo, a maior cidade da América Latina? A isso e ao empenho de Lula em eleger Boulos? Não se dizia até um dia desses que Lula não se empenhou para eleger Boulos? O que dizer então de Bolsonaro, que perdeu no seu berço eleitoral, o Rio?</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>O que dizer de Bolsonaro, cujo candidato a prefeito de Angra dos Reis, onde tem sua casa de veraneio, foi derrotado? Derrotas e vitórias carecem de explicações menos superficiais. Principalmente as municipais, com suas particularidades. Quem votou para presidente em um nome, não vota, necessariamente, dois anos depois, no candidato a prefeito apoiado por aquele mesmo nome.</p>
<p>Fernando Henrique Cardoso (PSDB) era o presidente da República em 1996, mas quem se elegeu prefeito em São Paulo foi Celso Pitta (PPB), apoiado por Paulo Maluf. No primeiro turno, o candidato do partido do presidente, José Serra (PSDB), ficou em terceiro lugar, atrás de Luiza Erundina (PT). Reeleito presidente, Fernando Henrique viu seu partido colher outra derrota em 2000.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Geraldo Alckmin (PSDB), candidato a prefeito de São Paulo, ficou em terceiro lugar. Elegeu-se Marta Suplicy (PT), que venceu Paulo Maluf (PPB) com quase um milhão de votos a mais. Lula era presidente quando José Serra (PSDB), em 2004, se elegeu prefeito de São Paulo, derrotando Marta. Lula seguia presidente quando Gilberto Kassab (DEM) se elegeu prefeito em 2008.</p>
<p>Dilma, presidente, pôde comemorar em 2012 a eleição de Fernando Haddad (PT) para prefeito de São Paulo. Mas em 2016, já afastada do cargo por meio de um processo de impeachment, ela e o PT amargaram a derrota de Haddad que tentou se reeleger, perdendo para João Doria (PSDB) no primeiro turno. Cada eleição tem sua história e nada é tão simples como possa parecer.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>Em Goiânia, por exemplo, a eleição para prefeito no segundo turno será disputada por Fred Rodrigues (PL), apoiado por Bolsonaro, e Sandra Mabel (União-Brasil), apoiado pelo governador Ronaldo Caiado. O PT, que apoiou Adriana Accorsi, a terceira colocada, deverá apoiar Mabel. Caiado já declarou que disputará a sucessão de Lula e que espera contar com a ajuda de Bolsonaro. Que tal?</p>
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lula_boulos_paulista

Nada é tão simples como pode parecer. Cada eleição tem sua história

Guga Noblat

<p>Das conclusões apressadas e interesseiras que se tenta tirar das eleições municipais ora em curso (será que não se deram conta de que elas ainda não terminaram?), destacam-se, até aqui, pelo menos duas:</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>1ª. foram os partidos de centro que as ganharam, e não os da direita;</p>
<p>2ª. Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, revelou ser um gênio da política ao levar Ricardo Nunes (MDB) para o segundo turno.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Está para nascer um partido de centro que seja de esquerda. Todos são de direita, embora alguns se envergonhem de admitir. Podem não ser de extrema-direita, e a depender das conveniências, até se aliam muitas vezes à esquerda para disputar eleições.</p>
<p>Se Pablo Marçal (PRTB) tivesse passado para o segundo turno, e não Nunes, qual o partido dito de centro que não o apoiaria contra Guilherme Boulos (PSOL), candidato de Lula e do PT? O próprio Tarcísio disse que anularia o voto, e recuou. Votaria em Marçal.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Parte da Faria Lima, em São Paulo, reduto da maior fatia do PIB brasileiro, aderiu a Marçal antes mesmo do primeiro voto ser digitado nas urnas do último domingo. A outra parte, salvo exceções, estava pronta para aderir a Marçal no segundo turno.</p>
<p>Quanto ao novo gênio político, Tarcísio, acólito de Bolsonaro desde que serviu ao seu governo como ministro da Infraestrutura, que nunca disputou uma eleição até que Bolsonaro o fez disputar em São Paulo, e que com ele segue em marcha, à direita volver&#8230;</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>Não foi ele o responsável pela ida de Nunes para o segundo turno. Marçal, ao errar gravemente em duas ocasiões, é que foi. Errou na reação à cadeirada que levou de Luiz Datena ao meter-se numa ambulância e correr para um hospital atrás de socorro urgente.</p>
<p>Simulou respirar por meio de aparelhos desligados e reapresentou-se com o braço na tipoia como se de fato precisasse dela. Errou ao falsificar documentos para provar que Guilherme Boulos (PSOL) era viciado em cocaína. A fraude ruiu em poucas horas.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>Nunes teve a seu favor o patrimônio de obras feitas ao longo do seu mandato atual, as máquinas do governo do Estado e da prefeitura, dinheiro à beça, uma coligação de 12 partidos e 65% do tempo de propaganda eleitoral dos candidatos no rádio e na televisão.</p>
<p>Fora ele próprio, Marçal não teve nada, nem um tostão dos fundos partidário e eleitoral. Sem representação no Congresso, o PRTB não elegeu um único vereador em São Paulo; é uma legenda suspeita de ligações com o crime organizado.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p>Nunes poderia ter dispensado a companhia de Marçal no segundo turno da eleição, mas não o seu apoio – dispensou as duas coisas. Tarcísio enxergou com atraso o perigo de Marçal elogiar Boulos e de liberar seus eleitores para que votem nele.</p>
<p>O poder não se entrega, toma-se. Por pouco, Marçal não o tomou. Eleição se perde, não se ganha.  Foi Bolsonaro que a perdeu para Lula em 2002 pelo equivalente a um suspiro. Quem vai para o segundo turno em primeiro lugar, na maioria das vezes se elege.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-3"></div></div>
<p>O favorito, portanto, é Nunes. Mas há casos de viradas, tanto em eleições para prefeito quanto para governador. Para presidente, nunca houve. Só um presidente, candidato à reeleição, acabou derrotado – você sabe quem foi, o inelegível.</p>
<p>Faltam dois anos para a próxima eleição presidencial. Lula só não será candidato se a saúde o impedir, ou um eventual fracasso do seu governo. Tarcísio só será candidato a presidente se Lula não for. Por ora, o gênio joga retrancado.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-4"></div></div>


nunes-marcal

Sobre a direita que esconde o nome e o novo gênio da praça

<p>E não foi dinheiro de emendas parlamentares.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Choveu ou não choveu é comunicado importante. Pipoca nos grupos digitais de amigos, colegas, vizinhos. Neste começo de outubro, em Brasília, traduz a ansiedade por água caída do céu, depois de mais de 160 dias sem chover.</p>
<p>A turma do choveu aqui, mesmo sendo pouca água, provoca imensa inveja no grupo dos Aqui-nem-uma-gota-ainda. Este é o grupo lascado. O ainda contem uma esperança de que, antes que eu termine esta frase, chova.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Chova logo. Chova muito. Em Brasília e Brasil afora. São desejos dos brasileiros, como nunca, assombrados com calor e fogo.</p>
<p>O Planalto Central tem duas estações &#8211; a das chuvas, que costuma durar de setembro a março. Às vezes, chegando a abril.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>A seca faz caminho contrário. Vai de março a setembro. Podendo avançar por outubro, como agora. E racha tudo – solo, madeira, metal, cabelo, pele, pulmão, unhas, lábios nariz. Mais longa, mais estragos.</p>
<p>Na capital federal, agora, a chuva é desejada em tal grau que, ao desabar sobre a cidade, deveria merecer uma festa, dessas a céu aberto e sem hora para acabar. Festa de lavar corpo e alma.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Seca, como deste ano, só aconteceu em 1963. Quando Brasília engatinhava. Agora, outubro avança. Por enquanto, nem as cigarras cumprem a palavra. Até cantam, mas só trouxeram chuva de curta duração, salteada pelo Plano Piloto e por algumas das cidades satélites.</p>
<p>Não há cavado* que garanta chuva de brotar a grama e verdejar canteiros, jardins, quintais, bosques e parques. Por enquanto, desses milagres que a natureza nos oferece, resistem as mangueiras e abacateiros que, ignorando a seca, seguem carregadas de mangas e abacates verdes, prometendo fartura na madureza. Zangados com a quentura, nem os ipês foram tão exuberantes neste ano.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>A chuva tem sido assunto e drama no país. Ora porque pouca ou ausente, ora porque muita, incapaz de ser absorvida pelo mundo de concreto (mal cuidado) que nos cerca. Vide Rio Grande do Sul.</p>
<p>Em Brasília, a chuva é sempre um acontecimento, precedido de calor infernal e do costumeiro canto farto, insistente e ensurdecedor das cigarras. Neste ano, elas têm cantado pouco e timidamente. Pra nosso desespero.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p>Na segunda feira, 7, o céu derramou chuvas esparsas pelo DF. Como se fosse pequena entrada e promessa de sabor e fartura no prato seguinte – o principal, a chuvarada.</p>
<p>Vale o desejo. Que caia água logo, no mesmo volume e persistência do dinheiro** que regou municípios, campanhas eleitorais e reeleições.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>Que a chuva, enfim, como benção ou desaforo, chegue na mesma fartura dos recursos advindos do antigo orçamento secreto, das emendas de relator e principalmente das emendas individuais e de bancadas – as duas últimas na modalidade de execução obrigatória.</p>
<p>Chuva de execução obrigatória seria o justo, a perfeição.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>
<p>&nbsp;</p>
<p>*Cavado é o nome dado a uma área de instabilidade que favorece a formação de nuvens de tempestade.</p>
<p>**O total de emendas parlamentares para 2024 é de R$ 44,67 bilhões, sendo R$ 25,07 bilhões em emendas individuais, R$ 11,05 bilhões em emendas de comissões e R$ 8,56 bilhões em emendas de bancadas estaduais. As emendas individuais e de bancadas são de execução obrigatória. As emendas de bancada são apresentadas após discussão entre os deputados e os senadores de um mesmo estado. (Fonte: Agência Senado).</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>Tânia Fusco é jornalista </em></p>


Após 167 dias de seca extrema, chuva dá o ar da graça no DF calor seca chuva Metropoles 5

Choveu aqui (por Tânia Fusco)

<p>Findo o primeiro turno foram eleitos 60.311 vereadores. Na média, cada vereador “representa” 3.500 brasileiros. E na China?</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Lá, as eleições locais não são simultâneas. Há governos locais com diferentes nomes, recursos e atribuições; num país tão grande e diverso, é lógico que haja tal tipo de variedade. É ilógico, num país tão grande e diverso como o Brasil, as mesmas regras se aplicarem a todos os governos locais, pequenos ou imensos.</p>
<p>No país asiático os legisladores locais são eleitos pelo voto direto dos cidadãos maiores de 18 anos, num total de estimados 2,5 milhões de, digamos, “vereadores”; fosse a remuneração e eficácia deles como é aqui a China não seria potência, estaria quebrada!</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Enquanto são necessários 3.500 brasileiros para eleger um vereador, no Império do Meio cada legislador local é eleito por apenas 570 chineses. Embora estejamos acostumados a ouvir que a China é uma ditadura, ao menos no aspecto de representatividade nos governos locais a democracia deles é bem mais profunda que a nossa!</p>
<p>Pode-se objetar dizendo que lá o regime é de partido único, distinto do nosso. Aqui, no dizer do ex-presidente FHC, não temos nenhum partido, temos cartórios! Nossa imprensa fala, sem rodeios, nos “donos” de partido. Organizações com “donos” não são partidos no sentido clássico do termo: agrupamentos de pessoas com propostas comuns.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Aqui, com as montanhas de dinheiro extraído da população e entregue a tais “donos”, essas unidades se tornaram empresas; algumas até podem ser chamados de “organizações criminosas”, perpetrando diferentes crimes nos diversos níveis da federação! Não espanta que tantos condenados tenham sido eleitos prefeitos ou vereadores, afora os que, candidatos, não se elegeram!</p>
<p>Advogados criminalistas admitem aconselhar seus clientes criminosos que tentem se eleger para obter imunidade! Eleitos, ajudam a nomear juízes, desembargadores e ministros, ampliando a “segurança” de que seus crimes estarão prescritos antes de concluído o “devido processo legal”. Dada essa mistura entre políticos e magistrados, pode-se perguntar se, aqui, vigora a clássica independência do Judiciário&#8230;</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>E na China, como é? Não sendo especialista em leis chinesas, indago ao ChatGPT como é a justiça criminal naquele país. A resposta:</p>
<p>“Investigação e Detenção: Quando alguém é acusado de um crime, as autoridades de segurança pública realizam a investigação. A detenção preventiva é comum, e pode durar semanas ou meses antes que um julgamento ocorra. Os direitos dos suspeitos à defesa e a proteção contra detenções arbitrárias são limitados.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>Confissões e Tortura: Há relatos frequentes de que confissões são obtidas sob coação ou tortura. Embora isso seja oficialmente ilegal, tais práticas são amplamente documentadas em casos de alta prioridade ou em crimes políticos.”</p>
<p>Fiquei em dúvida: o ChatGPT descrevia o sistema da China ou o do Brasil? Alguém esclarece?</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>Eduardo Fernandez Silva. Mestre em Economia. Ex-Diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados</em></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
</p>

China

Eleições municipais no Brasil e na China (por Eduardo Fernandez Silva)

<p>Fracassou a estratégia de Lula de fazer da eleição municipal a antessala da disputa presidencial de 2026.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Em especial, o presidente pretendia que a eleição paulistana fosse o principal teatro de operações na disputa com seu antecessor, Jair Bolsonaro, e de quebra criar um cinturão vermelho sobre a capital paulista, com a vitória nas cidades ao seu redor, especialmente em seu berço político, a região do ABC. A vitória em São Bernardo, de onde se projetou para o Brasil como líder sindicalista, era uma questão de honra.</p>
<p>Nada disso aconteceu. Sob todos os ângulos, a esquerda foi a grande derrotada na disputa municipal. O mapa político do Brasil pós primeiro turno acompanhou a tendência que vem desde 2016, inclinando-se para o centro e para a direita. O predomínio é de centro-direita, o grande vencedor do último domingo, embora também tenha se expandido a ala ideológica que orbita em torno de Bolsonaro. Isso se traduziu em números.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Os partidos mais conservadores ligados ao ex-presidente – PP, PL e Republicanos- elegeram 30% das prefeituras. Já os partidos do campo da esquerda – PT, PSOL, PSB, PDT, PC do B, mesmo com Guilherme Boulos no segundo turno &#8211; controlarão, no máximo, 13% das prefeituras do país. O PSD de Gilberto Kassab vai se afirmando como o grande partido municipalista, com uma fatia mais gorda de prefeituras: 16% do total.</p>
<p>E no cesto das prefeituras controladas pela esquerda está computado PSB de João Campos, prefeito reeleito de Recife com votação expressiva, que pouco tem a ver com a esquerda tradicional. Ele e Tabata Amaral estão mais para um centro-esquerda arejado e refratário à polarização.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Há um dado espantoso. Em São Paulo, o Partido dos Trabalhadores elegeu no primeiro turno míseros três prefeitos, nos municípios de Lucianópolis, Matão e Santa Lúcia. Disputará o segundo turno em mais dois: Mauá e Diadema, no ABC, onde já controla suas prefeituras. No mais, toda a região metropolitana de São Paulo estará em mãos de aliados de Tarcísio de Freitas. O governador paulista foi o principal vitorioso no Estado, sendo decisivo para Ricardo Nunes (MDB) ser o mais votado na capital.</p>
<p>A eleição ainda não terminou. Para um balanço final é necessário o desfecho do segundo turno. Na capital paulista, o candidato da esquerda, o psolista Boulos, carrega enorme desvantagem. No primeiro turno, os votos dos três candidatos mais à direita – Nunes, Marçal e Marina Helena – chegaram a quase 60%. É quase impossível os votos de Marçal, que não foi para o segundo turno por um triz, migrar para o candidato de Lula.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>O PT disputará a segunda etapa apenas em quatro capitais. Em uma delas, Porto Alegre, para cumprir tabela. O atual prefeito, Sebastião Melo, do MDB, só não se reelegeu por diminutos 0,28%, pois teve 49,72% dos votos no primeiro turno. De quebra, a esquerda viu o bolsonarismo fincar suas estacas no Nordeste, até então um reduto inexpugnável do lulismo, passando para o segundo turno em João Pessoa, Natal e Fortaleza.</p>
<p>Como cabo eleitoral, Bolsonaro colheu mais frutos do que Lula. Catapultou ainda as candidaturas de Bruno Engler em Belo Horizonte, Fred Rodrigues em Goiânia e de Cristina Graem, em Curitiba. O PL de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto levou nove candidatos a prefeito para o segundo turno, o dobro do que o PT disputará.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>Leituras cor de rosa de lideranças do PT e de membros do governo tendem a dourar a pílula, minimizando o tamanho da derrota.  O auto engano é livre. Amargarão novas derrotas se não mergulharem nas causas reais da hecatombe eleitoral do primeiro turno. Elas apontam para questões de fundo não levadas em conta na disputa.</p>
<p>Houve um erro estratégico de Lula, claro, ao apostar no aprofundamento da polarização com Bolsonaro para conquistar casamatas, com vistas à disputa presidencial de 2026. Nem em São Paulo isto aconteceu, pois o grande cabo eleitoral foi o governador Tarcísio. A polarização, ao contrário da avaliação do presidente, deu sinais de arrefecimento. Mas há causas mais profundas também subestimadas pelo presidente e seu partido.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p>A esquerda lulista não renovou suas lideranças. Em São Paulo sua face mais visível na eleição é Marta Suplicy, que foi prefeita há 20 anos! O mesmo se pode dizer de sua bancada de parlamentares. A alternativa a Lula é o próprio Lula, pois seu partido não tem outra liderança forte para disputar 2026. Enquanto no campo da direita é possível citar vários nomes em condições de disputar a próxima eleição presidencial.</p>
<p>Esse é o paradoxo: enquanto a esquerda se desconectou da juventude, a extrema-direita se aproximou dela com garra. O vereador mais votado do Brasil foi um bolsonarista de 26 anos, Lucas Pavanato, de São Paulo. Fenômeno semelhante aconteceu na eleição de 2022, quando o deputado mais votado foi também um jovem de 26 anos, o mineiro e bolsonarista Nikolas Ferreira. Sintoma dos tempos atuais: em vez da estrela no peito, os jovens preferiram fazer o M nas urnas.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>Lula e o PT ainda raciocinam como se vivêssemos no mundo fabril da sua época de sindicalistas. O discurso de Mano Brown de 2018, em um comício da campanha de Haddad, já advertia para o descolamento do PT, que “não falava a língua do povo”. Na época foi vaiado por petistas.</p>
<p>De lá para cá o problema só se agravou. As urnas revelaram a profunda distância da esquerda da sociedade, incapaz de entender os novos fenômenos e dialogar com amplos setores, como a enorme massa de trabalhadores em áreas sem vínculo empregatício, os evangélicos, os pequenos empreendedores, bem como com a aspiração da nova classe média e da juventude de prosperar.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>
<p>Para a esquerda, o empreendedorismo é um valor neoliberal e se a Uber quiser sair do Brasil “é um problema da Uber”, como afirmou, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, um ex-sindicalista com a cabeça nos tempos da CLT de Getúlio Vargas. Marinho foi mais longe para enfrentar o problema da uberização da economia. Sugeriu aos Correios a criação de um aplicativo aos moldes da Uber, “para trabalhadores que desejam usar o aplicativo trabalhar sem a neura do lucro dos capitalistas”. Só faltava mesmo essa, a esquerda propor a Uberbras!</p>
<p>Já a direita se conecta com tais setores. A votação em São Paulo, onde Marçal conquistou 28% dos votos, é expressão da capacidade da direita, mesmo o seu setor mais radical, de dialogar com a nova realidade, fruto da profunda revolução tecnológica.</p>
<p>E a esquerda, o que tem a dizer para esses setores? Quase nada. Daí, ao ser penalizada pelas urnas, pagou o preço de não ter se renovado.</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>Hubert Alquéres é presidente da Academia Paulista de Educação.</em></p>


Lula com povo 2

Esquerda paga o preço de não ter se renovado (Por Hubert Alquéres)

<p>O presidente George W. Bush Júnior foi a uma escola no interior do estado do Arkansas, há duas semanas, para uma visita. Assim que chegou no colégio, reuniu as crianças no pátio e, depois do alvoroço, foi para uma sala de aula. Um assessor sussurrou:</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>&#8211; Tente ser simpático.</p>
<p>Candidato à reeleição, Bush sorriu apatetado e deu um tapinha na cabeça de um garoto, que reagiu. Gorducho, e com o cabelo bem ruivo, o garoto levantou o braço e disparou:</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>&#8211; Presidente, posso fazer uma pergunta?</p>
<p>Surpreso com a ousadia, Bush Júnior sorriu:</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>&#8211; Claro. Até três, disse sorrindo. Como é seu nome?</p>
<p>&#8211; Meu nome é Bob. Vou fazer então três perguntas. Por que o senhor invadiu o Iraque sem autorização da ONU? Cadê as armas de destruição em massa que o Iraque guardava? E por que o Osama Bin Laden até hoje não foi preso?</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>Bush ficou desconcertado. Olhou para um assessor, gaguejou e, quando ia começar a falar, o sinal do recreio tocou. Ele disse, suando em bicas e meio atrapalhado:</p>
<p>&#8211; Tudo bem, crianças. Nos falamos daqui a quinze minutos.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>Vinte minutos depois, as crianças entraram esbaforidas na sala. O presidente estava cercado de seguranças. Um garotinho magrela, com os olhos esbugalhados e sem fôlego, perguntou de supetão:</p>
<p>&#8211; Presidente, posso falar com o senhor?</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p>Bush piscou para as outras crianças, pegou no queixo do garoto e, tentando mostrar toda a sua simpatia texana, devolveu:</p>
<p>&#8211; Claro. Como é seu nome?</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-3"></div></div>
<p>&#8211; Meu nome é Steve.</p>
<p>&#8211; Ok, Steve. Diga-me o que quer saber&#8230;</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-4"></div></div>
<p>O garoto mandou na lata:</p>
<p>&#8211; Eu quero saber o seguinte: Por que o senhor invadiu o Iraque sem autorização da ONU?</p>
<p>Bush ficou surpreso. Quando ia falar, o garoto mandou outra:</p>
<p>&#8211; Cadê as armas de destruição em massa, e por que o Osama Bin Laden até hoje não foi preso?</p>
<p>Bush riu, amarelo, e ia falando quando o magrela Steve interrompeu de novo:</p>
<p>&#8211; E, por último, cadê o Bob?</p>
<p>&nbsp;</p>
<p>(Publicado aqui em 9 de outubro de 2004)</p>


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