Lula pode ter que enfrentar aumento na conta de luz em ano eleitoral
Chuvas abaixo da média em 2024 podem levar ao aumento da utilização de usinas térmicas
atualizado
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O governo Lula (PT) já enfrenta mais um grande problema no horizonte. As chuvas abaixo da média no Centro-Oeste e Sudeste do país podem obrigar o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) a utilizar mais usinas térmicas durante o segundo semestre deste ano. O uso excessivo deste tipo de fonte de energia pode fazer com que a conta de luz fique mais cara justamente no período eleitoral.
A proximidade das eleições municipais não só preocupa em relação à influência nas campanhas petistas, mas também devido ao impacto na popularidade de Lula, que enfrenta sua pior onda de desaprovação desde o início do terceiro mandato, de acordo com pesquisas.
O ONS prevê que o período das chuvas, que tem mais um mês pela frente, não deve ser suficiente para encher os reservatórios das usinas hidrelétricas. Por isso, o governo já determinou que duas usinas já diminuíram a saída de água e suas produções. Pelo menos 60% da energia consumida no Brasil provém dessa matriz.
O uso de usinas térmicas pode contribuir para o aumento da conta de luz devido a uma combinação de custos de operação, manutenção e investimentos em infraestrutura. O período que elas serão usadas deve impactar na alta demanda por eletricidade no Brasil.
Apesar da preocupação eleitoral, o governo não teme que o país passe novamente por uma crise hídrica ou por uma série de apagões, como no passado. As medidas são, inclusive, para evitar falta de energia também em 2025.
Em 2021
Segundo o Ministério de Minas e Energia, em 2021 ocorreu a pior seca em 91 anos —início da série histórica. Reservatórios das principais bacias hidrelétricas do Centro-Sul do país secaram pelo menos 70% de suas capacidades e o governo teve que recorrer às usinas térmicas.
A crise teve repercussões diretas na conta de luz dos consumidores brasileiros. Por conta da crise, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)acionou o patamar mais caro do sistema de bandeiras tarifárias, a bandeira vermelha 2. O patamar indica um aumento no custo de energia elétrica devido às condições desfavoráveis.
Além disso, em resposta à gravidade da situação, foi criada uma nova bandeira tarifária, a bandeira da escassez hídrica. O valor da taxa adicional extra subiu mais de 50%, para R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora gastos.