Lula não economizará críticas a Campos Neto, apesar da alta do dólar
Moeda americana atingiu o maior patamar desde janeiro de 2022
atualizado
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O presidente Lula (PT) não vai deixar de criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apesar das sucessivas altas do dólar no país. Ontem (1º/07), a moeda americana alcançou R$ 5,6527, o maior patamar desde 10 de janeiro de 2022. Naquele dia um dólar valia R$ 5,6742.
Na segunda-feira, o petista disse que o próximo presidente do BC olhará para o Brasil “do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala” e voltou a ligar Campos Neto a Jair Bolsonaro (PL).
“Como pode o presidente da República ganhar as eleições e, depois, não poder indicar o presidente do Banco Central? Ou, se indica, ele tem uma data. Estou há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro. Então, não é correto isso” – Lula
Petistas avaliam que as críticas de Lula devem continuar, já que essa é a única forma de pressionar o BC para baixar a taxa básica de juros. Lula não veria ligação direta entre as suas falas com o humor do mercado. O próprio presidente chamou jornalistas de “cretinos” ao criticar comentários sobre a alta do dólar.
Em entrevista ao Valor, na sexta (28/06), Roberto Campos Neto disse que as críticas de Lula atrapalham o trabalho do Banco Central. Para o presidente do BC, as falas do presidente da República dificultam o trabalho de controle da inflação.
“Quando você tem uma pessoa da importância do presidente questionando aspectos técnicos da decisão do Banco Central, gera um prêmio de risco na frente. Essa incerteza maior acaba fazendo com que o nosso trabalho fique mais difícil” – Roberto Campos Neto