Lula enxuga oposição e monta base mais numerosa do terceiro mandato
Com movimentos que agradam Centrão, governo está pronto para pautar matérias de interesse em 2024
atualizado
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Mesmo com o calendário mais curto em 2024, o governo Lula (PT) está confiante de que as pautas prioritárias deste ano serão aprovadas sem muito estresse no Congresso Nacional. Isso porque o presidente fez uma série de movimentos nas duas últimas semanas para fortalecer e aumentar a sua base de apoio.
Já são mais de 300 deputados na base governista desde que o petista distribuiu cargos do primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios e da Caixa para acomodar Republicanos e PP. Até o PL conseguiu uma fatia do bolo e assumiu uma vice-presidência do banco estatal.
Esse número é quase o suficiente para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que necessita do apoio de 308 deputados.
O ato final de Lula foi o conjunto de três medidas anunciadas nesta última semana: o apoio pela isenção de imposto em igrejas e templos; a revogação da Medida Provisória da reoneração de 17 setores da economia; e o decreto constando o calendário para emendas parlamentares.
Buscando uma conciliação ainda maior no Congresso, Lula ainda quer criar uma alternativa para o veto de R$ 5,6 bilhões de emendas de comissão. A medida alternativa será anunciada só depois da segunda semana de março, quando são apresentados os relatórios de receitas e despesas primárias.
Hoje, a oposição está limitada àqueles 139 signatários do pedido de impeachment de Lula, protocolado na semana passada. Dezenove deputados do PL, partido de Jair Bolsonaro, não assinaram o texto, inclusive o líder da sigla na Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ).
Ainda assim, o governo petista começou a pensar em formas de punir os deputados que fazem parte dos partidos governistas e que assinaram o pedido de impeachment. Umas das formas apensadas é atrasar a liberação de emendas impositivas desses deputados. Foram 14 signatários do PP; 17 do União Brasil; 7 do Republicanos; 4 do MDB; e 5 do PSD.