Lula discute não reconhecer eleições na Venezuela
Saída do Brasil como observador do pleito presidencial abre brecha para o não reconhecimento
atualizado
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A notícia da promulgação da lei que declarou oficialmente Essequibo como parte do território venezuelano foi recebida muito mal por Lula (PT) e seus auxiliares no Palácio Itamaraty. O governo brasileiro avalia que a anexação é uma manobra de Nicolás Maduro para mudar o foco das graves violações ao direito eleitoral na Venezuela.
Auxiliares de Lula dizem que o presidente está descontente com a situação no país vizinho. O petista considera que atuou fortemente para arrefecer as tensões entre Venezuela e Guiana, e que fiou o acordo com os Estados Unidos para aliviar as sanções internacionais ao país. Com a anexação, todo o trabalho está sendo jogado no lixo.
Por isso, o presidente avalia, com seu corpo diplomático, fazer mais um alerta a Nicolás Maduro. Se a situação não retroceder, o Brasil se retirará do papel de um dos observadores da eleição Venezuela, o que abre brecha para o não reconhecimento do pleito presidencial, marcado para 28 de julho.
A situação com o Brasil já tinha ficado ruim depois que Maduro impediu o registro da candidata da oposição, Corina Yoris. Ela já era uma candidata tampão e substituia Maria Corína Machado, também impedida. À época, o Itamaraty disse acompanhar com “expectativa e preocupação” o processo eleitoral na Venezuela. A nota foi escrita e reescrita por Lula.
A jogada de Maduro é considerada eleitoreira e que não tem efeitos práticos de anexação do território de Essequibo.