Os próximos dias serão de paralisia nos trabalhos da Câmara. É o “recesso junino”, uma folga consagrada no calendário dos parlamentares. Só deles.

Os corredores vazios da Câmara, no entanto, não significarão o esquecimento do presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), que entrou numa espiral de notícias negativas. Antes esse noticiário  ficar restrito à mão de ferro com que conduz os trabalhos e a pauta da votações. Mas,  não.

Lira se vê no meio de um cerco de acusações que atingem seu nome, talvez como nunca antes. E não são denúncias leves.

A última, deste final de semana, revelada pela revista “piauí”, dá conta que o nome de um certo “Arthur” aparece como beneficiário de mais de R$ 200 mil numa lista do esquema que envolve o kit robótica.

Esse mesmo kit atingiu um de seus principais auxiliares, e de longa data, Luciano Cavalcante, alvo da Operação Hefesto, da Polícia Federal, acusado de suposta fraude na licitação de compra desses “robôzinhos” destinados a alunos de escolas de Alagoas. Ele foi exonerado de um cargo importante na liderança do PP na Câmara, dada a repercussão negativa.

Lira ainda viu o nome de seu filho surgir no noticiário. Uma empresa de Arthur Lira Filho, de 23 anos, que tem como sócia Maria Cavalcante, de 25, filha de Luciano, apareceu em negócios de intermediação de campanha que envolvem a Secretaria de Comunicação do governo, o Banco do Brasil e ministérios.

E, mais uma, na semana passada: a ex-mulher do presidente da Câmara fez acusações da vida pessoal de ambos contra ele.

Arthur Lira tem negado irregularidade, veracidade e envolvimento nesses fatos, que continuarão à luz do dia do noticiário, e que desgastam o todo poderoso da Câmara. Fatos que não serão apagados pelos “arraiás” e que geram incômodo ao protagonista.

O presidente da Câmara viajou para Portugal na sexta e passa quase toda semana por lá. Mas a crise que o tem no centro, essa não. Segue por aqui mesmo. Não viajou com ele.