Lira entra em campo para barrar convocação de Rui Costa na CPI do MST
Governo pediu ao presidente da Câmara que intervenha no colegiado
atualizado
Compartilhar notícia
Considerada uma grande derrota para o governo federal, a convocação de Rui Costa na CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) pode subir no telhado. Isso se depender da vontade do Planalto, que questionou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se há possibilidade de barrar o comparecimento do ministro-chefe da Casa Civil.
O PT estuda acionar a Mesa Diretora da Câmara e alegar que o chamamento de Rui Costa visa constrangê-lo. Irão citar a sessão que contou com o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Gonçalves Dias. Na terça (1º/8), o militar foi provocado quando deputados bolsonaristas comeram melancia à sua frente. Melancia seria uma referência para “verde por fora e vermelho (esquerdista) por dentro”.
O relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP), quer ouvir Rui Costa sobre as movimentações do governo quanto às ocupações no país. O ministro também foi o governador do Estado com mais assentamentos do MST. A Bahia abriga 218 acampamentos e 156 ocupações do grupo, com mais de 35 mil famílias.
Lira não deve agir publicamente contra a CPI, mas nos bastidores considera que o colegiado é um palco para repetidos “shows de horrores”, com episódios de discussões entre os governistas e a oposição. O presidente da Câmara pode dificultar a prorrogação do colegiado.
Na segunda-feira (31/7), o presidente da CPI do MST, tenente-coronel Zucco, pediu para prorrogar os trabalhos do grupo por mais 60 dias. Normalmente, CPIs só funcionam por até 120 dias, ou seja, a Comissão tem, em tese, que acabar até 14 de setembro.