O que se ouve no meio político é que o experimentado Gilberto Kassab, presidente do PSD, está deixando passar a melhor oportunidade que pode lhe ser oferecida nesta eleição de 2022: ter Geraldo Alckmin filiado no seu partido e posto como vice na chapa de Lula. O resto, dizem, é conversa.

Ninguém, dentro e fora do PSD, sabe que uma candidatura própria do partido vá a algum lugar. O já lançado senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sequer convence ele mesmo que está no páreo. Teria dificuldade de terminar na frente do conterrâneo André Janones (Avante-MG).

Muito se fala das reais pretensões de Kassab: quer ser ministro de Lula, quer ser ele mesmo o vice de Lula ou quer aguardar um pouco mais para ver o que vai dar. Mas o tempo passa, o tempo voa.

Um terço da bancada de 35 deputados federais do PSD é do Nordeste. Querem muito apoiar Lula e já. Dois senadores importantes do partido – Omar Aziz (AM) e Otto Alencar (BA) – são “lulistas”  desde criancinha. Mas Kassab, que reafirmou esta semana que seu partido terá candidato sim e que no segundo turno pode pensar em apoiar Lula, pode estar metendo os pés pelas mãos.

“Boa parte do partido quer apoiar Lula agora, e sem fazer doce. O Kassab está vendendo dificuldade. Pode pagar caro lá na frente, quando a vitória de Lula estiver garantida e o apoio oficial do PSD não terá mais validade alguma. Aí, quero ver” – disse um importante parlamentar do PSD, que pede que sua identidade seja preservada.