Depois do desentendimento entre o Itamaraty e a chancelaria venezuelana, o Ministério das Relações Exteriores vê que mais uma crise se aproxima nos países vizinhos. A desavença entre Colômbia e Argentina preocupa diplomatas brasileiros, que veem mais uma ocasião em que terão que trabalhar como pacificadores da região.

Isso tudo porque o presidente argentino, Javier Milei, chamou o presidente colombiano de “assassino” e “terrorista” em uma entrevista à CNN. Milei se referia ao passado de Gustavo Petro na guerrilha colombiana.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia expulsou todo o corpo diplomático da Argentina de seu país, em um agravamento da crise entre os dois países.

A retórica virulenta de Milei preocupa o Itamaraty. Na mesma entrevista, o argentino também ofendeu o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador. “É um elogio que um ignorante como o López Obrador fale mal de mim, isso me enaltece”, disse.

A maior preocupação é que o presidente de extrema-direita da Argentina provoque uma desarmonia na América Latina. 

O Itamaraty já estuda enviar emissários à Argentina e juntamente com o embaixador Julio Bitelli tentar amenizar a situação com a Colômbia.

Venezuela

Lula voltou a criticar o andamento das eleições no país vizinho. O presidente afirmou ser “grave” Corina Yoris não ter conseguido registrar a candidatura à presidência da Venezuela. Ela é a principal opositora do governo de Nicolás Maduro.

“Eu fiquei surpreso com a decisão. Primeiro a decisão boa, da candidata que foi proibida de ser candidata pela Justiça [María Corina Machado], indicar uma sucessora [Corina Yoris]. Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata não possa ter sido registrada” – Lula.