Arthur Lira anunciou na noite de ontem a instalação de três CPIs: do MST, das Americanas e da máfia dos jogos de futebol. Se dependesse do Palácio do Planalto, nenhuma dessas comissões, e nem a CPMI do 8 de janeiro, iria existir.

O governo não gostaria de “dispersão” num momento que precisa aprovar medidas econômicas, casos do marco fiscal e da reforma tributária.

Outro problema é que o governo também não terá bons quadros suficientes para escalar para essas CPIs e, o pior, vai ficar na dependência e na boa vontade do Centrão.

Dessas três CPIs anunciadas por Lira, a do MST é a que o governo mais queria evitar. A bancada do agronegócio, que não engole Lula até hoje, vai apostar todas suas fichas ali para desgastar o Palácio do Planalto. Esse grupo terá maioria e aprovará convocação de quem quiser.

Na CPMI dos atos golpistas, o Centrão pode até ceder e indicar seus integrantes governistas, complacência que não terá no caso das investigações contra os sem-terra.

Essas comissões têm o poder de atrair holofotes. O que interessa nelas são o furdunço, o bate-boca e o dedo na cara. O governo, ainda sem uma base sólida, não conseguiu evitá-las.