Indicado para a transição de Lula já bateu boca com deputadas petistas
Quando deputado, Evandro Gussi, nomeado para o GT da Agricultura, discutiu com parlamentares da esquerda num projeto sobre o aborto
atualizado
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Indicado para integrar o grupo de trabalho da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da transição do governo Lula, o ex-deputado federal Evandro Gussi (PV-SP) tem um histórico de confronto com a bancada da esquerda quando esteve na Câmara, entre 2015 a 2019.
No final de 2017, Gussi presidiu a comissão especial que tratou de uma emenda à Constituição que abriu brechas para a proibição total do aborto no Brasil, até mesmo nos casos permitidos na lei, estupro, risco de morte da mãe e anencefalia do feto.
Gussi foi acusado pelas parlamentares de conduzia os trabalhos. Ele era a favor de alterações na lei, como a exigência de boletim de ocorrência da vítima do estupro. A petista Erika Kokay (DF) fez duros embates com o deputado. Ele aparece na imagem acima, de gravata azul, na discussão com deputadas da esquerda.
“O que nós estamos vivendo nessa comissão é uma verdadeira fraude. Nós vivemos em um país em que muitas mulheres são estupradas, violentadas e recorrem ao aborto. O absolutismo medieval se sentou nesta cadeira” – disse Kokay numa reunião da comissão em dezembro, se referindo à Gussi.
No mandato, o deputado paulista teve posição contrária até mesmo aos casos de aborto legal. Ele relatou projeto, de autoria de Eduardo Cunha (MDB-RJ), nesse sentido, em 2015.
“Não existe aborto legal no Brasi. O artigo da Constituição diz apenas que não será punido. Como aborto é crime, a mulher precisa provar que foi estuprada” — .argumentou Gussi à época.
Gussi preside a União Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia. Nesta condição ele integra do GT do Agro.