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Igreja Universal em Angola continua rachada

Instituição é dividida entre alas brasileira e angolana de bispos e pastores. Dissidentes acusaram brasileiros de corrupção

atualizado

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Edir Macedo
1 de 1 Edir Macedo - Foto: Reprodução/Instagram

A Igreja Universal em Angola realizou no último dia 14 de janeiro uma Assembleia-Geral para eleger sua direção. O pleito, que integra o acordo conciliatório definido pelo governo do país, foi vencido pela “ala brasileira” comandada pelo angolano Alberto Segunda, ligado ao Bispo Edir Macedo. A oposição de bispos angolanos, porém, não reconhece a eleição e aumenta a tensão dentro da instituição.

Em comunicado publicado pela Deutsche Welle, os dissidentes afirmaram que “a IURD-Angola não convocou nenhuma assembleia-geral e não se vincula à dita assembleia-geral convocada por um dos bispos ligados ao bispo Alberto Segunda, em falsa qualidade, para ludibriar os fiéis e a sociedade, sem que para tal tenha sido mandatado pela direção da Igreja”.

O imbróglio começou no final de 2019 quando 300 bispos angolanos dissidentes fundaram o grupo “Reforma” e atacaram as lideranças brasileiras da igreja, acusando-as de racismo, imposição de vasectomias, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O bispo Valente Bezerra é quem lidera a associação.

Segundo a denúncia, mais de 120 milhões de dólares saíram do país ilegalmente. No esquema, o dinheiro era enviado de carro para Johannesburgo, na África do Sul, via Namíbia, escondido em malas, no forro dos veículos e pneus.

Sobre a imposição de vasectomia a pastores, em 2022 o bispo brasileiro Honorilton Gonçalves, ex-chefe da TV Record no Brasil e líder da igreja em Angola, foi condenado a três anos de prisão. Sua pena foi suspensa por dois anos.

Com tantas acusações, o governo de Angola decidiu fechar todos templos no país, que reuniam, segundo dados da instituição, ao redor de 500 mil fiéis. Decisão judicial autorizou a reabertura em 2022, inicialmente em Luanda, mas em muitas cidades ela não foi respeitada. Desde então, os cultos ocorrem em salões de festas, garagens, quintais e online. Os templos da IURD que continuam abertos são os que foram tomados à força pelos dissidentes angolanos liderados pelo outro bispo Valente Bezerra, afirma reportagem da DW.

Em setembro de 2023, com mediação do governo de Angola, as alas brasileira e angolana anunciaram uma trégua e reconheceram Alberto Segunda como líder da organização, que passou a chamar-se Igreja do Reino de Deus em Angola (IRDA). A realização da votação na semana passada, entretanto, mostra que o racha continua.

 

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