Ignorada nas análises, mobilização de rua consolida Lula como favorito
Petista vem arrastando milhares de pessoas nesses últimos dias, mas fenômeno está em segundo plano para os críticos, que preferem pesquisas
atualizado
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Pragmáticos, os especialistas e analistas de campanha eleitoral, seja na TV, na internet ou nos velhos jornais, elencam diversos fatores para darem seus prognósticos, seja numa apertada vitória de Lula, numa “indefinição até a última hora” ou numa virada de Jair Bolsonaro.
As pesquisas de institutos, que foram a “Geni” no primeiro turno, seguem sendo o norte e aliada a alguns fatos isolados, como a associação infeliz de Bolsonaro de que nordestino é analfabeto e por essa razão vota em Lula e a presença desastrosa do presidente no Santuário de Aparecida.
Enquanto isso, diante das telas, vão passando as imagens das seguidas mobilizações de rua que estão sendo feitas por Lula, que anda, sim, carregando multidão por onde passa. Tem sido assim neste segundo turno. De Belo Horizonte a Salvador, do Complexo do Alemão a Aracaju e Maceió.
E esse elemento, a mobilização na rua, não aparece como componente de favoritismo de Lula. Só valem os cruzamentos dos números de pesquisas, os indecisos, os brancos, essa história de que a rejeição do petista aumenta, ainda que Bolsonaro nunca encoste de fato no líder do primeiro turno.
Fundamental esse debate sobre a religião, sim, que tem tomado o tempo devido nas “mesas redondas” da política.
Claro que esses atos de Lula por si só não garantem seu retorno ao Palácio do Planalto, mas não podem ser ignorados nas análises. Eles significam que parte do povo está entusiasmado com sua candidatura, está vestindo as cores – sejam quais for – do candidato e lotando ruas, praças, avenidas largas e extensas.
E não há razão para crer que deixará de ser assim até o final da campanha. Bolsonaro esteve ontem em Recife, e foi um fiasco de público. Até surpreende pela liderança popular que é. Talvez a última vez que tenha juntado muita gente a seu redor tenha sido no 7 de Setembro.
Falar da mobilização do povo é desburocratizar um pouco o debate, de uma cobertura que já foi criticada por isso, muito dentro dos “aquários” com ar condicionado.