Ibama pode barrar mais 21 áreas de petróleo na costa brasileira
Licença de exploração negada expôs rixa entre Marina Silva e Randolfe Rodrigues; senador deixou a Rede
atualizado
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Pivô do rompimento entre Marina Silva e Randolfe Rodrigues, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) pode barrar, nas próximas semanas, mais 21 áreas de exploração na chamada Margem Equatorial.
A negativa para exploração de Petróleo na região deve impactar as expectativas de lucro dos Estados do Amapá, Pará, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte. Isso porque o Ibama entende que a área é muito sensível e pode impactar tanto a vida marinha, como a fauna, flora e vida indígena no continente.
A área se estende por mais de 2.200 Km na costa brasileira e é considerada uma das principais prioridades da Petrobras nos próximos 4 anos. É estimado que o local possa produzir até 10 bilhões de barris de petróleo cru. As bacias são as seguintes: Foz do Amazonas, entre o Amapá e Pará; Pará-Maranhão, entre Pará e Maranhão; Barreirinhas, no Maranhão; Ceará, entre Piauí e Ceará; e Potiguar, no Rio Grande do Norte.
O bloco barrado na Foz do Rio Amazonas (FZA-M-59) foi vendido em 2013 e desde então nunca foi explorado, graças às negativas dos órgãos ambientais. A derradeira fez com que o senador amapaense Randolfe Rodrigues deixasse a Rede Sustentabilidade, partido da ministra do Meio Ambiente Marina Silva.
O senador criticou a decisão do Ibama e disse que “o povo do Amapá quer ter o direito de ser escutado sobre a possível existência e eventual destino de suas riquezas”. A fala fez com que o ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles, desse boas-vindas a Randolfe ao “time”.
Há perfurações na Foz do Rio Amazonas desde a década de 1970, mas dessa vez o Ibama afirmou que a Petrobras não apresentou garantias de que “a fauna local será preservada” em casos de acidentes, como o vazamento de óleo. Mas é importante destacar que a foz do Rio Amazonas está a 500 Km de distância da área de exploração, apesar de serem homônimas.
“Há ainda questões substantivas levantadas pela equipe técnica no que se refere aos impactos sobre comunidades indígenas”, cita o presidente do Ibama Rodrigo Agostinho.
A Petrobras disse que vai recorrer da decisão do instituto. A exploração da área está, inclusive, no Plano Estratégico 2023-2027 da estatal.