Governo vê tentativa de “sufocamento” de Lira ao adiar pauta
Se antes o presidente da Câmara queria mostrar boa-vontade, agora cobra por liberação de cargos prometidos
atualizado
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A quarta-feira (18/10) será de Câmara dos Deputados vazia e tranquila. O vice-presidente da casa, Marcos Pereira (Republicanos-SP), liberou todos os deputados de marcarem presença por biometria, permitindo que todos “trabalhem” de casa. A medida veio depois da reunião de líderes que, com a benção de Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação do Projeto de Lei das offshores.
A “folga”, que também deve escorrer para a quinta-feira (19/10), é uma sinalização ao governo Lula (PT) de que o comando da Câmara dos Deputados é de Arthur Lira. A esperança era que o vice-presidente Marcos Pereira conduzisse os trabalhos rapidamente, com o apoio dos líderes que ficaram no Brasil.
Para governistas, a reviravolta representa uma tentativa de “sufocamento” ao governo federal. Lira cobra a liberação de cargos prometidos, como as presidências da Caixa e da Funasa.
Como o blog mostrou, Lira havia montado um gabinete na China para acompanhar as votações com os companheiros de viagem. Estão na China o líder do PT, Zeca Dirceu (PR); do União Brasil, Elmar Nascimento (BA); do PDT, André Figueiredo (CE); e do Avante, Luis Tibé (MG).
Agora, além do travamento de pauta causado pela emergência constitucional da PL das offshores, deputados terão que esperar Lira retornar ao Brasil para voltar a trabalhar. A expectativa é que a votação do PL que taxa fundos dos super-ricos aconteça em 24 de outubro.