Governo vê pressão de Campos Neto para nomear novo presidente do BC
Críticas do economista à política econômica do governo tem irritado Lula
atualizado
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A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) do Brasil de manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano intensifica a disputa entre o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o presidente Lula (PT).
As recorrentes críticas de Campos Neto em relação à situação econômica do Brasil, além de seus movimentos políticos, são vistas como provocações pelo governo Lula. O Palácio do Planalto percebe uma crescente pressão de Campos Neto para o mercado aceitar apenas um nomeado que seja ideologicamente alinhado com o atual presidente do BC. Sob essa perspectiva, o nome de Gabriel Galípolo estaria vetado.
Segundo a visão dos petistas, Campos Neto deseja um presidente do BC que adote uma postura rígida em relação ao governo federal.
Ontem (19/06), o PT anunciou que ingressará na Justiça Federal com uma ação popular contra o presidente do Banco Central. Segundo o partido, Campos Neto tem feito “manifestações de natureza político-partidárias” que “afetam significativamente a credibilidade da instituição e a adequada condução das políticas monetária e financeira nacional”.
Além disso, o presidente Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central na terça-feira (18/06). Em entrevista à Rádio CBN, Lula acusou Campos Neto de ter um lado político e de prejudicar o país. “Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político, e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país”, afirmou.