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Governo quer convocar primo de Damares Alves à CPI do MST

Marcos Bengtson é acusado de matar trabalhador rural e teria invadido terra demarcada; família é dona de avião com R$ 4 milhões de maconha

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da esquerda para a direita: Josué Begston (um homem velho e branco com os olhos azuis); Damares Alves (uma mulher branca de cabelo chanel preto, óculos e camisa de bolinhas brancas); e Marcos Begston (homem branco de barba, olhos claros e sorriso)
1 de 1 da esquerda para a direita: Josué Begston (um homem velho e branco com os olhos azuis); Damares Alves (uma mulher branca de cabelo chanel preto, óculos e camisa de bolinhas brancas); e Marcos Begston (homem branco de barba, olhos claros e sorriso) - Foto: Reprodução

A família de Damares Alves (Republicanos-DF), já implicada pela Polícia Federal, agora será alvo da CPI do MST. Isso porque o primo da senadora, Marcos Bengston, teve a sua convocação solicitada pelas deputadas Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Talíria Petrone (Psol-RJ).

Marcos é acusado de torturar e matar José Valmeristo Soares, o Caribé, um integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em 2010. Segundo as investigações, dois pistoleiros contratados pelo fazendeiro teriam sequestrado e torturado o militante. Treze anos se passaram e Marcos ainda aguarda a data do júri popular.

O conflito teria relação com o crime de grilagem de terra em Pau D’Arco (PA), mesma cidade em que ocorreu um dos casos mais violentos da disputa de terra no Brasil. A chacina do Pau D’Arco completou 6 anos no final de maio e foi responsável pela morte de 10 trabalhadores sem terra.

O pai de Marcos é o ex-deputado federal Josué Bengtson, tio de Damares Alves e líder da Igreja Evangelho Quadrangular. A Polícia Federal apreendeu na última quinta-feira (1º/6), um avião de Bengtson com 290 quilos de maconha no aeroporto de Belém (PA). Segundo a PF, a droga tem valor de mercado próximo aos R$ 4 milhões.

Sâmia e Talíria justificam o requerimento de convocação de Marcos Bengston por ele ser o administrador da Fazenda Cambará, atualmente denominada de Acampamento Quintino Lira. Segundo o pedido, o fazendeiro teria invadido, em 2022, o assentamento com gado e máquinas destruindo as roças.

A área foi examinada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 2014 e foi demarcada como um local para a reforma agrária.

O blog tentou entrar em contato com a defesa de Marcos Bengston, mas não teve sucesso. O espaço segue aberto.

Em nota, a senadora Damares Alves questionou o motivo de o Psol “desperdiçar recursos públicos de uma CPI para investigar o que já está em investigação”. Leia a íntegra abaixo:

“Esse caso já está sendo investigado há mais de 10 anos pela Justiça do Pará. Qual o objetivo de desperdiçar recursos públicos de uma CPI para investigar o que já está em investigação? Eles sabem que o Marcos é meu primo e esse requerimento mostra que o PSOL não se conforma com minha luta contra a agenda de morte defendida por eles, como a legalização das drogas e do aborto. O PSOL não tem o que apresentar, eles nada fizeram de bom pelo Brasil, só fazem jogos de narrativas e não conseguem aceitar o que já fiz, durante toda a minha vida, pelas crianças do meu país e então, nos últimos anos, decidiram me perseguir e declarar guerra contra mim. Eu os incomodo. Mas vai o recado: eu não estou cansada! Não vou cessar minha luta!”

Damares Alves, senadora da República.

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