Governo guarda energia para CPI do 8 de janeiro
Comissão que investigará MST preocupa, mas situação pensa em reforçar a apuração do ato golpista em Brasília
atualizado
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O dia 17 de maio de 2023 é a data em que a Câmara dos Deputados instalou três CPIs (Comissões Parlamentares de Inquéritos) para apurar diferentes casos. Os três colegiados vão investigar o MST (Movimento Sem Terra), as manipulações nos jogos de futebol e a crise das Americanas.
A data para oficialização de mais uma já está marcada: terça-feira que vem, 23 de maio, a CPI do 8 de janeiro será instalada e deve ter o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) como presidente.
As três formadas nesta quarta (17/5) estarão tomadas pela oposição, já que o governo guardou os deputados mais habilidosos para a comissão mista que investigará a manifestação golpista do início do ano. Um dos integrantes da CPI do MST disse ao blog que só “teme” Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Gleisi Hoffmann (PT-PR): “Elas são as mais combativas”, disse.
A CPI do MST contará com a “bancada da bala” em peso. O vice-presidente da comissão, Delegado Fábio Costa (PP-AL), disse que o objetivo é “fazer uma investigação séria, profunda e responsável sobre tudo o que envolve o MST”. Mas o que se espera é a mesma estratégia na Comissão de Segurança Pública: domínio de pauta.
O governo se preocupa, ainda mais por ser Ricardo Salles (PL-SP) o relator. Um dos integrantes da situação disse que “Salles vai tentar usar [a CPI] para polarizar com [Guilherme] Boulos”, referindo-se à possível disputa dos deputados pela prefeitura de São Paulo. Boulos (Psol-SP) é uma das lideranças do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).
Mesmo assim, o governo segura os deputados mais hábeis para a CPI do 8 de janeiro, justamente para que as atenções (do público, da imprensa e dos próprios congressistas) fiquem divididas. Zeca Dirceu (PT-PR), Rubens Pereira (PT-RN), Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) deverão ir de titulares.
É também na CPI do 8 de janeiro que mais integrantes do atual governo Lula deverão ser convocados. Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) será o principal alvo.