Governo ensaia atrasar indicações para comissão da PEC das Drogas
Visando avanço da reforma tributária, governistas podem atrasar instalação da comissão especial que analisará o tema
atualizado
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A federação PT-PCdoB-PV, que tem direito a dez lugares na comissão especial que analisará a PEC das Drogas na Câmara, deve atrasar em uma semana a indicação de seus integrantes. Isso porque os deputados querem priorizar a aprovação das leis complementares da reforma tributária, a serem apresentadas em 3 de julho e votadas no dia 11 do mesmo mês.
Não há uma data definida para a comissão ser instalada. O colegiado passa a funcionar a partir do momento que os partidos, blocos e federações indiquem todos os seus indicados a titulares e suplentes.
O PL poderá indicar 12 congressistas, sendo seis titulares e seis suplentes. O partido de Jair Bolsonaro pressiona para a comissão sair do papel quanto antes — o deputado Ricardo Salles (PL-SP) é o relator da Proposta de Emenda à Constituição na Câmara.
Até agora, só o Podemos indicou Mauricio Marcon (RS) para ser titular e Sargento Portugal (RJ) para suplente.
O atraso da instalação da comissão não é tão ruim assim para Arthur Lira (PP-AL), que sob pressão decidiu que o colegiado fosse instalado após o Supremo Tribunal Federal decidir pela descriminalização da maconha. Era desejo de Lira atrasar o tema até as eleições municipais, mas a oposição pressiona para o tema ser apreciado ainda no primeiro semestre — o que é quase impossível.
Aborto, drogas, fim das delações premiadas, redução da maioridade penal e anistia a partidos políticos devem ficar para os últimos meses de Lira como presidente da Câmara.