Governo avalia que recesso foi ideal para adotar medidas controversas
Lula avalia que haveria mais ruído com Câmara e Senado se casas estivessem em pleno funcionamento
atualizado
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O governo Lula (PT) analisa internamente que o momento escolhido para a divulgação da Medida Provisória referente à reoneração gradual da folha de pagamento e à revogação da isenção fiscal concedida a líderes religiosos foi propício para a implementação de medidas consideradas controversas. Embora o movimento estivesse sendo planejado há várias semanas, a administração optou por adotar as providências durante o período de recesso parlamentar.
A avaliação é que se o Senado Federal e a Câmara dos Deputados estivessem em pleno funcionamento haveria muito mais ruído dos setores impactados. O fim da isenção fiscal, aliás, fez com que os evangélicos se aproximassem do governo buscando diálogo.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estão sendo muito bem avaliados como aliados do governo. Ambos estão tentando manter as medidas e conversam com suas bases, mesmo em recesso.
Mas a “calmaria” tem data para acabar. O Congresso Nacional volta em 2 de fevereiro, daqui a uma semana e meia, e promete cobrar as faturas atrasadas. O ano promete ser difícil para a articulação política do presidente Lula.
O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse que espera que as negociações em 2024 sejam mais complicadas para a equipe econômica. Neste ano, o ministro prioriza as leis complementares da reforma tributária e a segunda fase da mesma. Mas avalia que o Congresso cada vez mais poderoso e o calendário atrapalharão os trabalhos.