A Procuradoria-Geral da República, sob o comando de Paulo Gonet, aguarda o julgamento de um financiador da tentativa de golpe de Estado do 8 de Janeiro, no Supremo Tribunal Federal, para avançar com mais denúncias. O procurador-geral quer analisar como a Corte vai lidar com um determinado personagem antes de denunciar os idealizadores.

A avaliação é que o STF está atuando de forma específica com os “golpistas comuns”, aqueles que invadiram as sedes dos Três Poderes e participaram da baderna no 8 de Janeiro. Resta saber como a Corte agirá contra aqueles que financiaram e os que idealizaram a tentativa de golpe.

Por isso, a PGR vai esperar o julgamento do único réu pelo financiamento que chegou ao STF até agora. O homem, que não teve o nome revelado, é um empresário de Londrina (PR) e teria pagado R$ 59,2 mil pelo fretamento de quatro ônibus para transportar 108 pessoas para Brasília, além de ter participado da organização e do recrutamento de golpistas.

Ele foi denunciado pela PGR em 14 de dezembro e até agora é o único personagem mais graúdo envolvido judicialmente no 8 de Janeiro.

Os crimes imputados ao homem, que devem servir de exemplo para as próximas denúncias, são:

• associação criminosa armada;
• abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
• golpe de Estado;
• dano qualificado pela violência e grave ameaça; e
• deterioração de patrimônio tombado.

Somadas, as penas podem chegar a mais de 30 anos de prisão — mais do que os 17 anos padrões que estão sendo determinados aos golpistas executores da tentativa de golpe.