Foragido, blogueiro da bomba no aeroporto é intimado a depor por edital
Wellington Macedo está foragido desde dezembro e é intimado por juiz para depor; edital cita sua alcunha, “preso do Xandão”
atualizado
Compartilhar notícia
Por estar foragido, o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza, denunciado pelo Ministério Público acusado de envolvimento no episódio frustrado de se explodir um caminhão nas proximidades do aeroporto de Brasília, foi intimado a depor no processo judicial por edital publicado no Diário de Justiça do Distrito Federal.
A tentativa do atentado ocorreu em 24 de dezembro do ano passado. Os outros dois réus – George Washington de Oliveira e Alan Diego dos Santos e Souza – já foram condenados. Macedo ainda sequer foi ouvido, por estar foragido desde o dia do ocorrido e depois de romper a tornozeleira eletrônica.
O edital de intimação do denunciado é um ato do juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, que marcou a audiência do réu para o dia 11 de julho, às 16h. Tovani informa no edital que não foi possível intimá-lo pessoalmente. O edital foi publicado no último dia 6.
“E como não foi possível intimá-lo pessoalmente, pelo presente, intima-o para participar da audiência de instrução e julgamento (videoconferência), que ocorrerá presencialmente e por videoconferência” – diz o edital de intimação de Macedo.
O caso desse réu foi desmembrado dos demais, dada sua condição de foragido. O juiz comunica ainda que o bolsonarista pode comparecer à sala de audiências ou pela plataforma de videoconferência.
No edital, a alcunha do blogueiro publicada é de “preso do Xandão”, como ele se apresentava. É uma referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que decretou sua prisão pela acusação de participação na organização dos atos antidemocráticos do 7 de Setembro de 2021.
A participação de Macedo no episódio foi de transportar Alan Diego até o aeroporto, quando esse outro réu instalou uma bomba embaixo de um caminhão. Ele se conheceram no QG do Exército em Brasília, onde estava instalado um acampamento de bolsonaristas que pregavam o golpe.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, em 26 de abril deste ano, Macedo afirmou que Diego lhe pediu carona e, próximo do caminhão, pediu que ele parasse próximo a um pneu do veículo, onde pôs o artefato. Na sequência, distante dali, Diego acionou um controle remoto para detonar a bomba.
Ainda à Folha de S. Paulo, Macedo disse que se dirigiu assim a Diego:
“Eu disse: ‘Cara, por que tu fez isso comigo? Tu nem me conhece. Tu me vê no QG, sabe que eu sou perseguido e me envolve num negócio desse?’”.