metropoles.com

Federação partidária de esquerda ainda é enigma

Nos bastidores, cabo de guerra entre PT e PSB

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles

São complexas as tratativas para a formação de uma federação partidária entre os partidos de esquerda. Como definir uma linha programática comum e ainda acomodar disputas nacionais, estaduais e municipais durante quatro anos? PT, PSB, PSOL e PCdoB desejam entrar nesse barco, mas cada um navega com necessidades próprias.

Essa trama ainda tem outra pergunta chave. Quem aceitará ficar quatro anos sob as asas de Lula e do Partido dos Trabalhadores? Barganhar com a maior legenda de esquerda do país sempre foi tarefa árdua. Em muitos casos, os acordos beiravam a submissão.

O PT precisa formar uma base parlamentar de esquerda para sustentar seu governo, caso Lula vença as eleições. Se hoje esse bloco é composto por cerca de 90 deputados, o partido prevê conquistar quase o dobro com a federação. Não seria o suficiente para reger o Congresso, mas não seria o sufoco dos tempos de Dilma.

Das legendas menores, o PCdoB é o mais interessado – para não dizer desesperado – nessas negociações, pois tem a cláusula de barreira em seus calcanhares. Se não atingi-la na próxima eleição – 2% dos votos nacionais ou 11 deputados em 9 estados diferentes – pode dizer adeus ao fundo partidário. Para não depender só do PT, conversa com PV e PSB separadamente – onde as negociações parecem ser mais promissoras.

O PSOL alcançou a cláusula de barreira nas últimas eleições e dialoga com o PCdoB e Rede. Internamente, o partido resiste a debater o assunto com o PT, porque há muitas questões programáticas que os distanciam. E, no caso de um governo do PT e seus acordos com o Centrão, essa distância se aprofundaria. Quer se manter como baluarte da esquerda.

Todos esses partidos iniciaram as negociações com o PSB antes do PT. Os socialistas se fortalecem cada vez mais como alternativa para a esquerda frente às imposições e a soberba dos petistas. Mas é um partido com força em poucos estados. A federação com partidos pequenos poderia impulsionar sua presença no país, mas questões programáticas dificultam os acordos.

Já no debate PT-PSB repete-se a ladainha da chapa Lula-Alckmin, caso o ex-tucano se filie ao partido. Sem resolver as disputas regionais, não há possibilidade de federação. E de novo, São Paulo e Recife deixam as conversas na corda bamba.

Muitos políticos devem sentir saudades das coligações, acordos efêmeros que duravam uma campanha eleitoral. Unidos pela urna, separados pouco tempo depois, quando a governabilidade se torna insustentável. A federação exige um compromisso muito maior. E além disso, caso os partidos quebrem o acordo antes dos quatros anos, podem ser punidos, ficando sem acesso ao fundo partidário e à propaganda na televisão. É preciso cautela e cálculo.

Todos os partidos estão negociando. Mas a formação de uma federação partidária de esquerda está tão distante quanto a ideia da terceira via. O tempo é escasso. Tudo deve ser acordado até abril.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?