Ex-deputado do PSL rasga elogios ao PT e vira alvo dos bolsonaristas
Márcio Labre aconselha a direita: “aprender com os acertos do inimigo não é sinal de inferioridade, mas sim, de sabedoria”
atualizado
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Ex-deputado federal do PSL, Márcio Labre, do Rio, eleito em 2018 na onda bolsonarista, tem atuado como uma consciência crítica de seu grupo político. Ele segue como aliado do ex-presidente, mas, pela terceira vez, faz postagem criticando a atuação da direita.
E, dessa vez, postou conteúdo com rasgados elogios ao PT e sua capacidade de “demonstrar unidade”. E citou dois exemplos de como o PT mostrou essa unidade e afirmou que esse é um “valor fundamental”. Ao contrário, diz ele, da turma bolsonarista.
Labre conta que quando Lula escolheu Dilma Rousseff para ser sua sucessora, em 2010, ninguém no PT a apoiava por ser ela de origem brizolista. Foi do PDT.
“Todo o PT foi internamente contra a indicação de Dilma. O pau quebrou internamente. Inúmeros quadros ameaçaram deixar o partido, mas no final da ‘pancadaria’, quando vieram a público, todos eram Dilma desde criancinha. O mesmo ocorreu na ocasião do impeachment” – diz Labre.
O outro exemplo citado por Labre, ocorrido mais recentemente, fala da indisposição entre petistas graúdos, afirmando haver uma briga de “foice pesadíssima” na alta cúpula do governo petista. E, diz, que “Gleisi Hoffmann não engole Fernando Haddad nem Jacques Wagner, que, por sua vez, range os dentes para Rui Costa, que não deixa por menos e mostra sua fúria com o protagonismo de Flávio Dino”.
E, no final, diz o bolsonarista, todos se entendem publicamente.
“Existe uma diferença brutal entre embates internos, que em certos casos, chegam a apontar faca um para o outro, e na hora que estes vem a público, é abraço pra lá, beijos pra cá, troca de elogios e bajulações. Ou seja, a unidade sinaliza para a base estabilidade e confiança”.
E aconselha a direita a agir da mesma maneira e dá um conselho no final de longo texto de análise das razões da direita não ocupar o mesmo espaço da esquerda.
“Aprender com os acertos do inimigo não é sinal de inferioridade, mas sim, de sabedoria”.
Por conta dessas suas posições, Labre foi criticado nas redes por seguidores de Jair Bolsonaro.