Evangélicos articulam para barrar seminário LGBTQIA+ no Congresso
Deputadas do PSol apresentaram ontem requerimento para Arthur Lira autorizar o evento, que já é alvo desse grupo na Câmara
atualizado
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A bancada evangélica no Congresso acompanha com lupa os projetos que tramitam nas duas casas – Câmara e Senado – e se articulam junto aos respectivos presidentes para aprovar, o que os agradam, e rejeitar aquilo que os contrariam.
Levantamentos, boletins e relatórios são formulados diariamente com essa agenda.
Esse grupo já atua para barrar a realização do 19º Seminário LGBTQIA+ do Congresso Nacional, previsto para acontecer em 28 de junho.
Duas deputadas do PSol – a líder Sâmia Bonfim (SP) e Vivi Reis (PA) – protocolaram ontem o requerimento pedindo a autorização do presidente Arthur Lira (PP-AL) para liberar o evento.
Essa data marca a luta pelos direitos dessa população, em razão de um episódio conhecido como Levante de Stonewall, que aconteceu em 28 de junho de 1969, no Stonewall Inn, um bar em Nova York, nos Estados Unidos.
Naquele dia, um grupo de lésbicas, travestis, gays, bissexuais e drag queens, muitas delas afrolatinas, enfrentaram o aparato repressivo do Estado e iniciaram uma rebelião que lançaria as bases para o movimento pelos direitos civis desta população. O confronto durou seis dias.
As autoras lembram que, no Brasil, essas causas avançaram mais graças ao Judiciário, em direitos como o casamento civil igualitário, adoção, alteração de nome e registro de sexo, reconhecimento da violência específica praticada contra LGBTQIA+.
E criticam o papel do Congresso nesse tema.
“Ainda hoje, têm força na sociedade e no Parlamento teorias que buscam legalizar a imposição da violência e do sofrimento por meio de terapias de reversão ou “cura gay”, proibir discussões sobre gênero e sexualidade nas escolas, censurar manifestações artísticas e até criminalizar de uso de banheiros por pessoas trans”.