Estudantes pedem a Lira revogação do Novo Ensino Médio
Entidades afirmam que modelo pode aprofundar ainda mais o abismo da exclusão social
atualizado
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O Centro de Estudos e Memória da Juventude (Cemj) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) fazem blitz nesta semana no Congresso Nacional para pedir aos deputados e senadores a derrubada do Novo Ensino Médio. Entregam aos congressistas uma nota técnica expondo os problemas do programa.
O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) foi um dos abordados pelos estudantes. Disse que vai analisar com cuidado o documento. Também receberam a nota técnica as deputadas Dandara Tonantzin (PT-MG), Daiana Santos (PCdoB-RS), Alice Portugal (PCdoB-BA), Jandira Fegalhi (PCdoB-RJ) e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
O documento diz que a flexibilização da grade horária das escolas públicas “significa em verdade perda de horas na formação no currículo comum”. Algumas escolas usam dessas horas “a mais” para criar disciplinas inusitadas, como aula de como ser “influencer”, oratória e liderança.
As entidades também destacam que com a implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral corre-se o risco de aprofundar ainda mais o abismo da exclusão social, especialmente, para o aluno da escola pública.
Pressionado pelos secretários estaduais de Educação e por movimentos da sociedade civil, o governo Lula (PT) vai decidir por aumentar as cargas horárias das matérias consideradas clássicas, como língua portuguesa e matemática, no Novo Ensino Médio. A decisão também se embasa nos primeiros resultados de consulta pública (Portaria n° 399).
O Novo Ensino Médio está em vigor desde 2017 e obriga que as escolas destinem 40% das aulas em disciplinas optativas, impactando as estruturas das escolas e o trabalho dos professores, que muitas vezes têm que lecionar matérias em que não são instruídos.