Esquerda se divide sobre compra de blindados israelenses
Negócio entre Exército e Elbit Systems é de cerca de R$ 1 bilhão
atualizado
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A vitória da israelense Elbit Systems na licitação do Exército para a compra de blindados gerou uma pequena desavença entre integrantes do governo e o PT. Se o Partido dos Trabalhadores alega que não há como fazer negócios com um país que promove um genocídio, o Ministério da Defesa diz que o processo de licitação foi justo e sem margens para qualquer interpretação.
A compra de 36 veículos blindados de combate obuseiros foi revelada pela CNN Brasil e confirmada pelo blog. O valor do negócio pode chegar a R$ 1 bilhão. Além da Elbit Systems, disputaram a licitação a Norinco (China), a Nexter (França) e a Excalibur (Tchéquia).
Integrantes do Ministério da Defesa alegam não haver motivos para cancelar a compra, já que o processo licitatório seguiu todo o trâmite do governo federal e que a vitória foi limpa. Quando questionados sobre os aspectos diplomáticos da compra, dizem que o Brasil mantém relações com Israel, mesmo o presidente Lula (PT) sendo considerado persona non grata no país do Oriente Médio.
Já o PT diz ser controverso o Brasil fazer negócios com um país em guerra, alegando que Israel pode não entregar os equipamentos em tempo justamente pela possibilidade de usá-los em batalha. A Elbit Systems tem 12 meses para entregar tudo.
O argumento também se desenha pela inevitabilidade de o dinheiro brasileiro, de alguma forma, financiar a morte de palestinos no genocídio que ocorre na Faixa de Gaza. O PT defende que a licitação deveria ter sido finalizada após uma avaliação do Ministério das Relações Exteriores.
A decisão final fica a cargo do presidente Lula, que deve avalizar o negócio.