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Em exposição, Câmara “esconde” imagens de mortos pela ditadura

Evento conta os 100 anos do PCdoB, que concordou com a recomendação em evitar “imagens fortes” no corredor principal da casa

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Evandro Éboli – Metrópoles
Exposição do PCdoB, "censurada" na Câmara
1 de 1 Exposição do PCdoB, "censurada" na Câmara - Foto: Evandro Éboli – Metrópoles

O PCdoB celebra seus 100 anos de existência com uma exposição no corredor principal da Câmara dos Deputados. Centenas de fotos ilustram a história do partido.

Mas nem todas as imagens estão à mostra. Central no combate da Guerrilha do Araguaia – movimento de resistência à ditadura na região amazônica -, o partido perdeu dezenas de quadros no enfrentamento com os militares e outras dezenas estão desaparecidos até hoje.

Mas as fotos desses guerrilheiros mortos, no chão e baleados estão escondidas. Foram cobertas com uma pequena cortina para não “chocar” as centenas de pessoas que circulam pelo corredor que liga os gabinetes dos deputados até o plenário da Câmara.

Abaixo, vídeo com imagens de militantes mortos pela ditadura, mas cobertas para não serem visualizadas de imediato.

via GIPHY

Outro episódio marcante da vida do partido foi “censurado”, trata-se da Chacina da Lapa, que foi um cerco de militares em dezembro de 1976, a uma casa nesse bairro, em São Paulo. Ali era um “aparelho” do PCdoB. Foram assassinados a tiros os líderes do partido Ângelo Arroyo e Pedro Pomar. O militante João Batista Drummond foi torturado e morto.

As fotos desses corpos no chão, mortos, também foram vedadas. Uma placa de madeira, com a imagem de uma janela, tampa toda a cena. O interessado terá que abri-la.

A proibição da exposição escancarada dessas fotos foi uma orientação da Câmara ao partido. A Câmara entendeu que o PCdoB deveria tomar “cuidados na colocação de imagens consideradas fortes, uma vez que a mostra está em um corredor onde milhares de pessoas transitam diariamente”.

E afirmou que a solução foi dada pela própria curadoria da exposição, que é ligada ao PCdoB.

O líder do PCdoB na Câmara, Renildo Calheiros (PE), evitou confrontar com a Câmara e afirmou que o objetivo é contar a história do partido, o que acredita estar assegurada em em todo conteúdo da exposição.

“O importante é que a história do partido, com todos esses episódios estão ali. Não nos interessa a controvérsia” – disse Calheiros.

 

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