Eduardo Bolsonaro responde a mais uma ação no Conselho de Ética, a 13ª
Filho do presidente é acusado de quebrar o decoro ao partir para cima de deputado petista com xingamentos
atualizado
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), segue enviando a conta gotas ao Conselho de Ética as representações protocoladas contra deputados acusados de quebra de decoro parlamentar.
Na tarde desta segunda-feira, mais três casos foram despachados pela Mesa Diretora, entre os quais um contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Esta é a 13ª representação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética desde 2019, quando assumiu seu primeiro mandato. É o “recordista”. Nenhum deles acarretou qualquer punição ao parlamentar.
Outros quatro já tinha sido enviados e começam a tramitar amanhã. A ação contra Eduardo é representação de número 7 e foi numerada às 14:23 desta segunda.
O caso de Eduardo, e as outras duas, já entraram na pauta do presidente do conselho, Leur Lomanto (União-BA), e começará a andar.
O filho do presidente é acusado pelo PT de quebrar o decoro ao partir para cima do deputado Marcon (PT-RS), com xingamentos pesados, no dia 19 de abril, durante uma reunião da Comissão de Trabalho.
O parlamentar agiu dessa forma após o petista colocar em dúvida a facada que Bolsonaro foi vítima em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral de 2018.
Eduardo xingou Marcon de “viado”, “puto”, “facada é seu c*” e “filho da p…”.
E disse também:
“Vocês tentaram matar meu pai. Quer me tirar do sério?”
E não mostrou preocupação em perder o mandato pelo seu ato naquele momento.
“Tá achando que tá na internet? Te enfio a mão na cara. Perco o mandato, mas com dignidade, coisa que vocês não tem. Seu filho da p…”.
Na ação, assinada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o partido diz que Eduardo estava “totalmente descompensado, furioso e intolerante” por conta de com um comentário que os petistas afirmaram já ser “popularizado na sociedade brasileira” (que a facada não teria ocorrido).
Na ação, o PT deixa em aberto a punição a ser aplicada a Eduardo, evitando pedir a cassação de seu mandato. Fala em “sanção cabível”.
Chegaram ao conselho também nesta tarde outras duas representações, contra as deputadas Talíria Petrone (PSol-RJ) e Juliana Cardoso (PT-SP).
Estranha o envio do caso de Talíria Petrone, que ocorreu na semana passada, durante a CPI do MST. O PL é o autor. Há ações do PSol contra bolsonaristas acusados de envolvimento nos atos de 8 de janeiro e que estão parados na Mesa até hoje. Foram protocolados em fevereiro.
O PL acusa a parlamentar do PSol de quebrar ao decoro por ela ter afirmado que o relator da CPI, Ricardo Salles (PL-SP), “é acusado de fraudar mapas, tem relação com o garimpo ilegal, na época que era ministro do Meio Ambiente, foi reportado sobre madeira ilegal. Ele nem ligou porque não defende o meio ambiente. Então, contra os fatos, não há argumento…E olha que nem chamei de bandido nem de marginal”.
No caso de Juliana Cardoso, a petista é alvo de uma ação do PP porque, na votação do marco temporal das terras indígenas, ela discursou chamando os deputados que votaram a favor de “assassinos do novo posso indígena”.