Durante a fala de Nikolas, políticos recebem “Como não ser um babaca”
Cartilha preparada pelo Sindilegis foi distribuída no Congresso Nacional, para parlamentares e até ministros do governo
atualizado
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Enquanto o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) fazia um discurso transfóbico de peruca na tribuna do plenário, anteontem, deputados, senadores e até ministros do governo recebiam um exemplar da segunda edição da cartilha “Como não ser um babaca” nos corredores do Congresso Nacional.
A publicação, organizada pelo Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União), mostra exemplos de argumentos machistas de homens “babacas”, seja em casa, no ambiente de trabalho ou qualquer outro espaço.
O livreto se apresenta como um guia prático para se identificar alguém com esse comportamento. Foram listadas seis categorias de “babaquices” e o exemplo do parlamentar mineiro se encaixa em uma delas: “sobre o que não é babaquice, é crime: o que ultrapassa os limites da falta de noção e precisa ser investigado”.
É exatamente o caso de Nikolas, que irá enfrentar várias frentes de investigação, do Conselho de Ética ao Ministério Público Federal.
Uma das agraciadas com o livro, anteontem, a ministra Simone Tebet (Planejamento) elogiou a publicação à direção do Sindilegis, que a entregou em suas mãos, como mostra a foto acima:
“O Guia Babaca é brilhante. Esse é um assunto mais do que urgente de ser pautado e debatido na sociedade” – afirmou Tebet, que posou com a publicação.
Uma das frases “babacas” citadas, e que redundou em condenação de seu autor, o ex-presidente Jair Bolsonaro, entrou nessa edição. Se trata de seu ataque contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS), em 2017.
“Ela não merece ser estuprada porque é muito feia. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar porque não merece” – foi o que disse Bolsonaro.
Quem também posou com o livreto foi a senadora e ex-ministra Damares Alves (Direitos Humanos).