Nem tão estranho ao meio petista, Anderson Dorneles, que foi braço direito de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, o carregador de suas pastas e telefones e sempre ao lado da ex-presidente (como exibe a foto acima), esteve no comício de Lula, na última terça-feira, no Centro de Convenções em Brasília.

Quem o viu, porém, ficou surpreso com sua presença ali. Isso porque Dorneles, já há algum tempo, é ligado ao Avante, partido que tem candidato próprio à Presidência da República: o deputado federal André Janones, que oscila entre 2% e 3% nas pesquisas.

Dorneles é presidente do diretório do Avante no Rio Grande do Sul e candidato a deputado federal. Ele é muito ligado ao presidente nacional da legenda, o deputado federal Luiz Tibé (MG) e o assessorou na sua campanha a prefeito de Belo Horizonte, em 2016.

O ex-assessor de Dilma  não estava em qualquer canto do centro. Ele ficou na área “vip”, próximo ao palco e ao lado de petistas que comandam a campanha de Lula. Nas suas redes sociais, ele nada publicou sobre sua presença no comício de Lula.

Em 2016, o nome de Dorneles foi citado na delação de um diretor de Odebrecht, que afirmou que o ex-assessor de Dilma teria recebido R$ 350 mil da empreiteira, em repasses de R$ 50  mil entre 2013 e 2014. Seria a título de “apoio financeiro”.

Um então diretor da empresa, Cláudio Melo Filho, disse que ouviu de Marcelo Odebrech a história desses repasses. A razão seria por Dorneles ser supostamente responsável pela agenda de Dilma.

Na época, Dorneles divulgou uma nota negando qualquer contato com Marcelo e afirmou que jamais recebeu qualquer recurso da empresa. E que jamais teria sido responsável pela agenda da ex-presidente.