metropoles.com

Direita não sabe para onde correr

Discurso ultrapassado e as fake news são suas armas para as eleições deste ano

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Bolsonaro Palácio Planalto cumprimento eleitores
1 de 1 Bolsonaro Palácio Planalto cumprimento eleitores - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O conservadorismo no Brasil sorriu e soltou fogos entre 2016 e 2018.  Assistiu ao impeachment de Dilma e à posse do ministério de Temer. Veio a eleição de 2018 e a esquerda foi derrubada no voto. Lula preso pelo futuro ministro da Justiça, e daí? A direita assumia o poder, ainda que liderada por um ex-capitão chucro, que só tinha espaço nos extintos programas CQC e Luciana Gimenez. O comunismo, seja lá o que isso signifique, estava enfim derrotado.

Passaram pouco mais de cinco anos do impeachment. Eduardo Cunha foi preso, Aécio desapareceu, o PSDB desmanchando nas mãos de Doria, as pedaladas fiscais se tornaram lei. Os personagens do impeachment foram engolidos pelo bolsonarismo e tornaram-se reféns nas eleições de 2018.

Desde que a família de milícias e rachadinhas tomou Brasília, só se ouve o som dos botes deixando o navio. Primeiro por falta de espaço no governo ou “decepções ideológicas”. Veio a pandemia e o negacionismo do presidente ofendeu qualquer cidadão com um mínimo de bom senso. Enfim, em 2021 Bolsonaro consolidou sua volta ao Centrão. O eleitor conservador, bolsonarista de ocasião, sentiu o baque. Sente mais vergonha de defender Bolsonaro do que dizer que seu plano é Prevent Senior por um desconto na farmácia.

Seja com Bolsonaro, Moro, Doria ou Tebet, o que a direita tem a dizer nas próximas eleições presidenciais?  O antipetismo é o que sobrou, com as lembranças do mensalão, petrolão e a crise econômica durante Dilma. Há o tema da segurança, mas muito mais local do que nacional – a esquerda simplesmente ignora o assunto e a direita tem trânsito livre, com policiais eleitos por todo o país.

Corrupção? Consegue imaginar Bolsonaro enfurecido em um debate tentando explicar as rachadinhas, os gastos do cartão corporativo, o orçamento secreto? A Lava Jato é capa de jornal velho ou de sua própria imprensa, boa de rede social, mas ruim de rua. Moro, se mantiver a candidatura, vai sofrer quando as campanhas de seus adversários oferecem ao grande público os detalhes de sua atuação como juiz e seu trabalho como “consultor” nos EUA.

Privatizações e responsabilidade fiscal são argumentos para os leitores da seção de Economia. Crescimento e emprego é o que todo mundo quer ouvir, mas todos os candidatos dirão o mesmo exatamente porque não têm nada a dizer.

Com a rejeição de Bolsonaro crescente, Moro empacado e Doria não ganhando nem para síndico em São Paulo, a desinformação das fake news se transformou na única arma da direita para as eleições deste ano.

O ciclo do PT se estabeleceu com um discurso de direitos sociais em contraposição aos governos FHC. O ciclo do bolsonarismo foi a voz do moralista anticorrupção. Esgotou-se em pouco tempo. Podemos viver o que a Espanha vivenciou por décadas. Direita e esquerda sem líderes ou discursos renovados, alternando-se no poder ao sabor de seus próprios fracassos econômicos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?