Diplomacia de Bolsonaro minimiza agendas de Lula com líderes europeus
Relatos das embaixadas brasileiras sobre encontros do petista são burocráticos e sucintos
atualizado
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A passagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Europa nesses dias é praticamente ignorada pela diplomacia do governo Bolsonaro. Os poucos relatos enviados de embaixadas nas capitais onde o petista tem circulado e se encontrado com autoridades estrangeiras, entre os quais chefes de Estado, são sucintos e burocráticos. Não dão detalhes nem minúcias dessas reuniões.
Esses informes, que chegam nos chamados telegramas, se restringem praticamente a agenda de Lula: onde esteve, com quem e uma declaração ou outra que teria feita em evento ou à imprensa estrangeira.
A passagem de Lula por Paris, por exemplo, onde fez uma palestra no Instituto de Estudos Políticos, o Sciences Po, há três dias, foi sumariamente tratada pelo governo brasileiro.
“De passagem por Paris para proferir palestra no Instituto de Estudos Políticos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu declarações à imprensa a respeito do Acordo de Associação entre o Mercosul-União Europeia. Segundo ele, a conclusão do instrumento birregional teria sido ‘errada’ e ‘precipitada'” – diz trecho do relatório.
Na sequência, reproduz uma matéria do jornal “Le Figaro” sobre o assunto. Lula é crítico do acordo assinado entre União Europeia e Mercosul, de 2019, do qual Jair Bolsonaro é um dos signatários.
Outro relato diplomático, dessa vez da Espanha, se restringia a comunicar que Lula iria se apresentar no seminário “Cooperação Multilateral e Recuuperação Regional Pós-Covid 19”, organizado pela organização Common Action Forum.
“O evento terá a apresentação do ex-presidente Lula da Silva, que tratará, segundo anunciado do tema: ‘La importancia de los valores progresistas para la recuperación post-covid-19 y para afrontar los retos del siglo XXI’, com comentários do ex-presidente do governo da Espanha José Luis Zapatero” – informava a embaixada do Brasil na Espanha ao Itamaraty.