As peripécias do confuso senador Marcos do Val (Podemos-ES), que deu inúmeras versões sobre o grave episódio de uma armação fajuta para desestabilizar a democracia e o resultado das urnas, irão levá-lo ao Conselho de Ética do Senado, que  não prima muito por cortar na própria pele. Não pune os seus.

Mas, tudo indica, agora parece ser diferente. O senador capixaba extrapolou e dificilmente deixará de ser levado e julgado no colegiado. Vai depender do interesse do governo e de sua base no Senado.

Do Val já é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), por falso testemunho. O senador decidiu confrontar Alexandre de Moraes, que não negou terem conversado. A confirmação do ministro é até prova de que havia um plano sem pé nem cabeça de se tentar mudar o resultado da eleição.

O comportamento do senador irritou seus colegas. Não é daqueles casos que vão parar no Conselho de Ética e que nem merece seguir adiante, como um bate-boca entre dois parlamentares, sejam deputados ou senadores. Esse é bem mais grave.

O governo, que acaba de sair de uma eleição desgastante no Senado na escolha de Rodrigo Pacheco, ainda que uma vitória folgada, pode não mexer nessa história de Marcos do Val. E deixar a bola com o STF, já que Moraes foi atingido diretamente. Mas pode ser um teste para a base de Lula.