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Deslizes de Lula têm disputa no Itamaraty como pano de fundo

Mauro Vieira e Celso Amorim dividem papel de chanceler; cada um influencia Lula de sua maneira

atualizado

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Presidente Lula e o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais Celso Amorim -- Metrópoles
1 de 1 Presidente Lula e o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais Celso Amorim -- Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O mais recente “deslize” do presidente Lula (PT) sobre a possibilidade de não prender o russo Vladimir Putin em caso de visita ao Brasil expõe uma disputa silenciosa no Palácio Itamaraty. A fala do petista caminha com a posição “anti-americana” de Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais. Segundo integrantes do Instituto Rio Branco, Lula dá mais atenção ao que fala Amorim, do que o que fala o seu ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

A disputa entre os dois diplomatas vem desde a posse e se intensificou com os posicionamentos pró-Rússia do governo brasileiro. Vieira tem sempre agenda cheia: ele é o ministro que mais viajou internacionalmente em 2023 e já gastou R$ 795 mil nessas viagens. Mas os compromissos “mais importantes” são sempre protagonizados por Amorim, como o encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Vieira tem tendência pró-Otan e defende uma posição mais dura do Brasil para com a Rússia. Defende que a Rússia cesse os ataques e pague pelo custo da guerra na Ucrânia. É ele também que trabalha mais ativamente quando Lula vai se encontrar com presidentes do G7, como Joe Biden e Emmanuel Macron.

Amorim chancelou a fala de Lula em agosto, quando o presidente disse que nem Zelensky, nem Putin estariam interessados pela paz. A declaração gerou revolta do ucraniano, que disse que o petista cai na narrativa do presidente russo.

“Para ser honesto, pensei que ele [Lula] tinha uma compreensão maior do mundo. Só acho que ele tem uma opinião própria. Parece-me que não é necessário que seus pensamentos coincidam com os pensamentos do presidente Putin”, Volodymyr Zelensky.

Na avaliação de integrantes do Itamaraty, o “fracasso” de Lula em liderar um grupo da paz para debater a guerra cai sobre os ombros de Amorim. O assessor dá maus conselhos ao presidente e o afasta do ocidente, avaliam. Celso Amorim foi ministro das Relações Exteriores durante os dois primeiros mandatos de Lula e ministro da Defesa no primeiro de Dilma Rousseff (PT).

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