Depois de reprovação recorde, Lula quer aproximação de evangélicos
Pesquisa Atlas Intel trouxe pela primeira vez desaprovação maior que aprovação do governo em todas as pesquisas
atualizado
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O saldo da semana termina negativo nesta sexta-feira (08/03) para o governo de Lula (PT). Duas pesquisas, uma da Genial/Quaest e outra da Atlas Intel, revelaram uma queda nos índices de aprovação do presidente Lula nos períodos destacados nos levantamentos.
Na quarta-feira (06/03), a pesquisa da Genial/Quaest, realizada de 25 a 27 de fevereiro, mostrou que a popularidade de Lula caiu de 54% para 51%. Aqueles que desaprovam o governo aumentaram de 43% para 46%.
Já na pesquisa da Atlas Intel, conduzida de 2 a 5 de março e divulgada ontem (07/03), indica que o governo de Lula foi desaprovado pela maioria pela primeira vez em qualquer pesquisa durante seu terceiro mandato. Em janeiro passado, 42% consideravam o governo “bom” ou “ótimo”; agora, são 38%. Aqueles que acham a gestão “ruim” ou “péssima” aumentaram de 39% para 41%.
Essas pesquisas impactaram fortemente o Palácio do Planalto, que já possuía levantamentos internos mostrando o mesmo declínio na popularidade. Uma das justificativas, consideradas pelo próprio governo, foram as declarações do presidente Lula sobre o conflito entre Israel e o Hamas. Em 18 de fevereiro, o presidente comparou o Holocausto judeu promovido pela Alemanha nazista com o genocídio palestino causado por Israel.
O clima foi agravado pela manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, que demonstrou um forte apoio ao espírito cristão e pró-Israel.
Diante desse cenário, o governo planeja fazer mais acenos aos evangélicos nas próximas semanas. Uma das estratégias já definidas é o apoio governista à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe a isenção de impostos para igrejas e templos religiosos.
Com cerca de 50 milhões de evangélicos no Brasil, a avaliação é que, se não conquistar parte desse eleitorado agora, o governo enfrentará uma tarefa ainda mais difícil em 2026.
O possível herdeiro dos votos de Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deve deixar o Republicanos e se unir ao PL. Essa mudança é favorável para o governo, pois torna o partido menos vinculado ao bolsonarismo e mais aberto ao lulismo, ligado a Edir Macedo. Resta saber quais concessões Lula fará para garantir essa aliança.